Brasil é quinta opção de nearshore para americanos

13/10/2011

México, Chile, Costa Rica e Argentina são, nessa ordem, os melhores locais para outsourcing, aponta pesquisa.

Clientes de outsourcing de TI dos EUA que buscam alternativas de nearshore não precisam procurar muito para encontrar as principais opções. O México é a melhor escolha, de acordo com ranking da consultoria ThinkSolutions que aponta os locais da América Latina mais buscados para terceirização de TI.

"Não foi nenhuma surpresa para ver o México no topo da lista", diz Tony Mataya, analista da ThinkSolutions. "Países que fazem parte NAFTA [que engloba EUA, Canadá e México] fazem comércio com o México e a influência cultural que vem da partilha da fronteira com um país simplifica as relações comerciais."

Mais inesperado foi o Chile, Costa Rica e Argentina, aparecerem como boas opções, nessa ordem, dada a dimensão da sua força de trabalho e a atenção que recebem como fontes de serviços de TI e de processos de negócios. "Ficamos um pouco surpresos de ver o Brasil apenas na quinta posição, considerada baixa", diz Kate Shearer, consultora da ThinkSolutions que conduziu a pesquisa. "Nesse momento, o Brasil não oferece tão boas condições quanto o Chile ou a Costa Rica em termos de custos, domínio do idioma e disponibilidade de trabalho. Chile e Costa Rica também oferecerem estabilidade política e econômica."

O sucesso do Brasil em TI e Business Process Outsourcing (BPO) tem lá os seus inconvenientes para os clientes americanos. A demanda por trabalho no País já começando a superar a oferta. "Particularmente nas grandes cidades, o talento escasso é mais caro", diz Shearer, acrescentando que o domínio de outros idiomas e a compatibilidade cultural são também outro problema para o Brasil. A nação de língua portuguesa tem menos proficientes em inglês e espanhol do que seus vizinhos e "bem menos influência dos EUA sobre a sua cultura em comparação com os outros países Top 5", diz Shearer.

O principal problema do Chile é a distância dos Estados unidos - já que gasta-se pelo menos um voo de dez horas. O apelo principal da Costa Rica, por sua vez, perdeu pontos para a força de trabalho relativamente pequena.

A ThinkSolutions classifica os locais propícios para nearshore com base em incentivos financeiros, pessoas e disponibilidade de competências e de ambiente de negócios. "Quando as empresas buscam alternativas para nearshore, os principais benefícios que esperam são compatibilidade cultural, mão de obra qualificada, proximidade e os benefícios de menor tempo de viagem e alinhamento de fuso horário", explica Mataya. "Ao colocar mais ênfase em fatores que são mais relevantes para nearshoring especificamente, traçamos as melhores opções."

A ThinkSolutions tem planos de revisitar seus rankings de outsourcing e nearshore a cada trimestre, em vez de fazê-lo anualmente. Mataya não ficaria surpresa de ver algum movimento entre os dez melhores ao longo do ano. "Nós temos visto grandes mudanças na indústria de terceirização desde 2010", diz ela. "O Egito, que ficou em quarto lugar no ranking global em 2010, ainda está no meio de uma revolta política que resultou em mudança do quadro de serviços compartilhados no país", diz.

"Nosso pensamento geral é que se os fatores impactantes como a inflação, os salários e um ambiente político do país não mudam anualmente, por que o nosso modelo deveria? Precisamos rever as condições em intervalos de tempo menores", afirma Mataya.

A classificação para os países nas últimas posições da lista da ThinkSolutions deve permanecer mais estável. É improvável que a Nicarágua (#17), Bolívia (#18) e Equador (#19), possam, de repente, aparecer entre os cinco primeiros. "Em uma tentativa de manter países de alto risco fora do topo, construímos fatores para a pontuação final que indicam risco, como a corrupção e a estabilidade política", diz Shearer.

Mataya alerta também que os rankings são apenas uma indicação. Não significam que o México ou o Chile são mais adequados para todos os clientes. Alguns clientes de outsourcing podem estar dispostos a assumir mais risco para ter custos mais baixos, por exemplo, enquanto outros podem se sentir mais confortáveis pagando mais por proximidade.

"Antes de decidir sobre um determinado país, é crucial que as empresas tenham um conjunto claramente definido de objetivos de negócios e um entendimento das capacidades e disponibilidade da força de trabalho do país, além de habilidades de linguagem técnica e trabalhos específicos", diz Mataya.

Veja a lista do 10 mais:

1. Mexico
2. Chile
3. Costa Rica
4. Argentina
5. Brasil
6. Colombia
7. Panamá
8. Peru
9. Porto Rico
10. Guatemala

Site: Computerworld
Data: 11/10/2011
Hora: 12h41
Seção: Negócios
Autor: Stephanie Overby
Link: http://computerworld.uol.com.br/negocios/2011/10/11/brasil-e-quinta-opcao-de-nearshore-para-americanos/