Com uma infraestrutura de rede baseada em SDH e Metro Ethernet em São Paulo e Rio de Janeiro e com a firme disposição de permanecer como 'carrier das carriers' - ou seja atuando como parceira das teles - a AES Telecom está disposta a sentar à mesa e negociar para atuar como operadora da possível nova companhia das móveis, voltadas para o compartilhamento de infraestrutura.
"Temos o conhecimento e é nosso foco de atuação a oferta de infraestrutura. Acreditamos que, neste momento, em que há uma forte demanda por banda larga e há uma mudança de conceito, com o compartilhamento de rede ficando mais próximo do mundo dos negócios das operadoras que possamos, sim, vir a atuar como parceira e gestora da iniciativa. Nós não estamos no negócio de prover serviço", sinalizou em entrevista ao Convergência Digital, o diretor de Desenvolvimento de Negócios da AES Telecom, Rogerio Carvalho Antunes.
Antunes reiterou que não faz parte dos planos da companhia prover serviços de banda larga - via PLC - para o usuário final. "Nosso projeto é oferecer infraestrutura para as operadoras e provedores de serviços. E vamos continuar assim. PCL é mais um meio de oferta como o é o FTTH, que estamos testando em piloto, e como o é, hoje, o SDH e a rede MetroEthernet", diz.
Nesse caminho, um dos alvos da AES Telecom em 2010 - caso de fato a regulamentação seja fechada pela Anatel - são as MVNOs, as operadoras virtuais. Segundo Antunes, elas podem abrir novas frentes de consumo de links de alta velocidade.
"Já começamos a ter uma grande demanda por links acima de 1Gb. Com essas empresas, teremos ainda mais procura. Temos serviços novos que vão exigir capacidade de transmissão como o IPTV e a TV Digital 3D", completa Antunes.
Eletronet e leilão 3, 5Ghz
Indagado se a AES Telecom terá interesse em participar da licitação de frequências - como forma de ampliar a sua capilaridade de rede - Antunes diz que todas as oportunidades são avaliadas. O leilão de 3,5GHz, dependendo das condições, pode despertar interesse, principalmente, para reforçar a rede da empresa nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.
Para Antunes, o Brasil vive um momento particular - e isso já foi detectado pela matriz e haverá investimentos no país, mas o executivo, no entanto, não pode revelar montante. Dois megaeventos despertam grande interesse - Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas 2016.
"Esses eventos trazem mudança e vão, de fato, alterar o modelo de redes no Brasil. Queremos estar prontos para atuarmos como provedoras para as operadoras de todos os portes", preconizou o diretor de Desenvolvimento de Novos Negócios da AES Telecom.
Com relação à retomada da Eletronet - que seria a base da rede nacional de Banda Larga do Governo - Antunes diz que não há qualquer preocupação por parte da AES Telecom. "Eles podem vir a ser competidores, mas também pode atuar como parceiros", observa Antunes.
Também questionado sobre o piloto com FTTH - Fiber-to-The-Home, o executivo da AES Telecom informa que não há, pelo menos, nesse momento, planos para ter redes comerciais. "Essa é uma tecnologia ainda muito cara", reconhece Antunes.
“A proposta é testar e adotar onde de fato vir a ocorrer necessidade. Nossa aposta permanece no MetroEthernet. O país passa pela migração do Mbps para o Gigabyte. Estamos nos preparando para facilitar essa transição", finalizou o executivo.
Site: Convergência Digital
Data: 02/02/2010
Hora: 13h20
Seção: Telecom
Autor: Ana Paula Lobo
Link: http://www.convergenciadigital.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=21644&sid=8