Gigante das buscas planeja versão empresarial do novo serviço, mas analistas divergem em relação do poder de penetração do Buzz em companhias.
Enquanto o Google espera que o Buzz, sua nova ferramenta de rede social,consiga entrar no mundo corporativo, analistas têm opiniões diversas sobre os recursos que podem ser oferecidos para empresas.
O Google mostrou na última terça-feira (9/2) o que é chamado de Google Buzz – uma ferramenta feita para o popular serviço de webmail gratuito Gmail que funciona como um agregador de redes sociais. A empresa disse que o serviço é feito para ajudar usuários a encontrarem com rapidez e facilidade as informações mais importantes dentro de uma série de posts sociais, fotos e vídeos.
Durante o anúncio formal, o Google afirmou que engenheiros trabalham em uma versão do Buzz para usuários corporativos, ainda sem data prevista de lançamento. De acordo com o vice-presidente de produtos do Google, Bradley Horowitz, o desenvolvimento está avançado e o produto deve ser liberado em breve.
Essa versão do Google Buzz é a mais recente tentativa do Google de atrair a atenção de gerentes de TI para mostrar que a empresa pode ser uma alternativa à Microsoft.
Durante o último ano, o Google se colocou como um dos grandes rivais da Microsoft. Entre outras coisas, o projeto do sistema operacional Chrome OS pode desafiar o reinado do Windows, segundo analistas. O Chrome e outros aplicativos da empresa – como o recentemente reformulado Google Groups – dá ao Google a oportunidade de entrar no lucrativo reino corporativo, de acordo com especialistas.
“O Buzz pode ser bastante interessante dentro do ambiente de trabalho”, disse o analista da Forrester Research Rob Koplowitz. “Microblogs como Yammer e SocialText Signals estão provando ser valiosas ferramentas de trabalho. O Google não está simplesmente oferecendo um recurso de microblog, ele também está colocando vídeos e imagens e integrando com e-mail, que muitos trabalhadores passam a maior parte do tempo.”
O analista da Gabriel Consulting, Dan Olds, concorda que o mundo corporativo está usando muitas ferramentas sociais, mas questiona se o Google Buzz não chegou atrasado para a festa.
“Enquanto muitas pessoas se comunicam com colegas de trabalho pelo Facebook ou outras redes sociais, essas interações são mais voltadas para o lado pessoal do que para o profissional. A existência de mecanismos de redes sociais, como Twitter e Facebook, parece preencher as necessidades muito bem. Eu acho que será difícil para o Buzz pegar quem está usando outros serviços.”
Muitos analistas notaram que o Gmail não é o principal serviço usado por muitas empresas, e isso significa que departamentos de TI não devem instalar o Google Buzz.
“O Gmail é usado nos negócios, mas minha sensação é de que ele normalmente é o segundo o terceiro e-mail para a maior parte das pessoas em corporações médias e grandes”, disse Olds. “A maior parte das companhias que padronizaram o Gmail como o principal são pequenas. Não acredito que a penetração do serviço no mundo corporativo seja grande o suficiente para dar ao Buzz um mercado corporativo decente.”
O analista da Technology Business Research, Stuart Williams, acredita que o e-mail pode se tornar menos fundamental para empresas com o crescimento de produtos de colaboração, como o Buzz, dentro dos negócios.
”Dirigir colaboração efetivamente e eficientemente é um aspecto do Buzz que é negligenciado, e ser capaz de compartilhar informações instantaneamente em uma rede social é um impulso”, disse Williams, afirmando que o Buzz pode se tornar útil para usuários corporativos. “O e-mail não é eficiente e mensagens instantâneas, tweets e o Facebook são diferentes. A integração dá às empresas melhores opções.”
O analista da Enderle Group, Rob Enderle, disse que está cético se o Buzz – ou o Google como um todo – pode ser bem sucedido dentro do mundo empresarial. De acordo com o analista, o Google está “prematuramente” focando seus esforços no mundo corporativo, e o Buzz não é o serviço que pode ajudar.
“De fato, o Buzz pode funcionar contra eles nas empresas”, disse Enderle. “Ele tem o nome e o estilo de uma ferramenta de consumo, e isso pode prejudicar a imagem do Google de uma fabricante de produtos corporativos competente.”
Site: Computerworld
Data: 11/02/2010
Hora: 9h52
Seção: Negócios
Autor: ------
Link: http://computerworld.uol.com.br/negocios/2010/02/11/google-espera-conquistar-mercado-corporativo-com-o-buzz/