Oportunidades no setor de informática

08/03/2010

África entra no radar das corporações nacionais

A expansão das empresas brasileiras no exterior também virá de firmas de menor porte. Segundo Luís Afonso Lima, presidente da Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica (Sobeet), o setor de informática nacional é um dos que tem maior potencial para viver uma forte internacionalização a partir deste ano, seja via fusões ou com novas instalações. Muitas poderão ir no rastro de empresas maiores, a quem já prestam serviços no Brasil.

– O mais interessante é que vamos ver um processo de internacionalização de empresas que historicamente não são tão grandes – afirma.

O setor está vivendo um bom momento no país e passa por uma consolidação no mercado interno. Grandes players começam a se firmar. O BNDES acredita, inclusive, que o Brasil tem potencial para, em 2010, se o segundo maior exportador de softwares do mundo, atrás apenas da Índia. Vantagens como fusos horários mais compatíveis com a Europa e os Estados Unidos são as armas brasileiras – muitos serviços têm de ser realizados em tempo real e a Índia, em outro hemisfério, perde competitividade.

A internacionalização das empresas brasileiras, em todos os setores, deverá ganhar também uma nova feição geográfica. Lima, da Sobeet, acredita que a América Latina, por proximidade geográfica e cultural, é a região que, naturalmente, tende a atrair mais investimentos brasileiros. Entretanto, fontes do governo e do BNDES avaliam que a África pode despontar como um novo forte destino.

Diversos países do contingente africano repetem o modelo de industrialização vivido pelo Brasil nas décadas de 60 e 70: exigem parte do conteúdo nacional às empresas que pretendem explorar os mercados locais.

Este novo movimento pode inverter uma tendência: a cautela na escolha dos locais de investimentos. Dados da Fundação Getulio Vargas (FGV) indicam que, entre 45 empresas que buscaram a fundação para se internacionalizar, 38% foram para a Europa, 35% para os EUA, 21% para a Ásia e apenas 6% para outros mercados.

– Há um movimento de ir para os países ricos, bons pagadores. As empresas brasileiras não buscam risco e sim elevar seu fluxo de caixa – diz Istvan Kasznar, do Núcleo de Inteligência e Informações das Multinacionais (NIIM) da FGV.

Jornal: O Globo
Data: 05/03/2010
Caderno: Economia
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Autor: Henrique Gomes Batista e Danielle Nogueira
Página: 29