Governo testará plano de banda larga

11/03/2010

Setor vê ensaio como indecisão. Papéis da Telebrás despencam 11,9%

BRASÍLIA. O Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) terá um teste em 300 cidades de perfis diferentes este ano. O modo de implantação será divulgado em abril e depois aprimorado na Mesa Brasil Digital, um fórum com governo, órgão regulador, operadoras, provedores e indústria. A criação do mecanismo de consulta, porém, foi vista por agentes do setor como indecisão do governo.

Para uma importante fonte do setor, houve um retrocesso. Ela questionou a mudança, já que as informações eram de que o plano estaria pronto e seria anunciado este mês. E disse que, se a ideia é obter a opinião da sociedade, o comitê deveria fazer uma consulta pública formal, em vez de criar um grupo de trabalho.

Com a perspectiva de o PNBL ficar para o próximo governo, os papéis da Telebrás despencaram 11,9% ontem na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).

O coordenador do comitê que elabora o plano, o assessor especial da Presidência Cézar Alvarez, ressaltou que inclui municípios ricos e pobres, de vários estados e regiões, a cerca de 100 quilômetros de onde passa o backbone (infraestrutura de fibra óptica) do governo.
— (As cidades) Terão que espelhar a diversidade da realidade brasileira. Será um grande ensaio comum — disse Alvarez, em audiência na Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado.

O ministro da Secretaria da Comunicação Social, Franklin Martins, defendeu que a expansão da banda larga é crucial, “não um luxo”. Já o presidente da Abrafix, que reúne as empresas de telefonia fixa, José Fernandes Pauletti, disse que a infraestrutura do governo – redes de Petrobras e empresas elétricas – deve ser usada para ampliar a cobertura de banda larga.

Jornal: O Globo
Data: 10/03/2010 – 2° edição
Caderno: Economia
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Autor: Mônica Tavares
Página: 22