O ocaso da Nortel Networks no Brasil

15/03/2010

O fim da Nortel Networks no Brasil está sendo melancólico. Numa atitude rara para o país, a companhia - que já foi uma das líderes do mercado, com fabricação local de equipamentos - solicitou autofalência à Justiça de São Paulo, registrado nesta quinta-feira, 11/03. Agora terá de apresentar um laudo de auditoria para comprovar a sua situação financeira à 1ª Vara de Falências de São Paulo. O pedido ainda não foi julgado.

Segundo reportagem do Jornal Valor Econômico desta sexta-feira, 12/03, a subsdiária brasileira deve R$ 400 milhões à Nortel Canadá. Deve ainda mais R$ 300 milhões, divididos entre fornecedores, débitos tributários e trabalhista. A dívida com os trabalhadores, porém é a menor de todas, e seria de aproximadamente R$ 10 milhões.

Empresa, que já teve 1000 funcionários, teria, hoje, apenas 20. Também não está definido o futuro da LG-Nortel, subsidiária criada pela companhia, e que ainda não teve a participação da Nortel vendida.

O ocaso da Nortel começou em janeiro de 2009 quando a matriz, Nortel Networks pediu concordata no Canadá. De lá para cá, a fabricante decidiu vender seus ativos. A divisão de redes sem fio, onde estão os produtos LTE e CDMA, foi comprada pela Ericsson por US$ 1,3 milhão.

A Avaya ficou com a divisão de rede corporativa. O ativo foi adqurido por US$ 900 milhões. Já a unidade de rede óptica foi comprada pela Ciena por US$ 521 milhões.

À reportagem do Jornal Valor Econômico, o advogado que representa a empresa no pedido de autofalência, Júlio Mandel, do Mandel Advocacia, explica que a autofalência foi uma medida de cautela adotada pela empresa para "proteger" o que resta de seus ativos (cerca de R$ 40 milhões) para permitir o pagamento dos funcionários e credores de forma ordenada e tranquila, dentro das regras da Lei de Falências.

Site: Convergência Digital
Data: 12/03/2010
Hora: 12h30
Seção: Gestão
Autor: Ana Paula Lobo
Link: http://www.convergenciadigital.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=21969&sid=16