2,5GHz: Com Banda Larga, mas sem vídeo, operadoras MMDS pedem 90 MHz

14/04/2010

Diante da iminente redistribuição de espectro na faixa de 2,5 GHz para as operadoras de telefonia celular, a Sky fez uma demonstração em Brasília, nesta segunda-feira, 12/4, de como a tecnologia WiMAX está pronta para entrar em operação. É mais um movimento para tentar convencer a Anatel a rever a posição já apresentada, pela qual será transferida a maior parte da faixa para uso do SMP, em detrimento das operadoras de MMDS.

“Para a Sky, que opera TV por assinatura por satélite, tanto faz qual tecnologia escolher para oferta de banda larga. Mas entendemos que o WiMAX é a tecnologia mais madura para quem pretende começar uma operação do zero”, diz o diretor de TI e Novos Negócios da empresa, Roger Haick.

Nos testes realizados pela empresa foram colocadas três antenas em diferentes pontos do Distrito Federal. Eles confirmaram a robustez do sinal atingindo taxas de download de até 10 Mbps, mesmo com a conexão em um veículo em movimento pelas ruas da cidade.

Por determinação da Anatel – admitidamente como proteção ao Serviço Móvel Pessoal – no Brasil o WiMAX não poderia operar com mobilidade, como forma de se evitar que esse novo mercado venha a canibalizar a telefonia celular com ligações via IP. Mas a Sky entendeu fazer parte do teste assim mesmo para mostrar a viabilidade da tecnologia.

Independentemente da mobilidade restrita, ou mesmo da qualidade das conexões, o principal ponto levantado pela empresa é de que existe uma tecnologia disponível que poderia entrar no mercado imediatamente e, com isso, haveria mais competição no mercado de banda larga.
“Temos a tecnologia e investidores prontos, mas se quisermos lançar esse produto hoje, não podemos devido às restrições regulatórias. A Anatel não solta as homologações de equipamentos e as regras para a faixa de 2,5 GHz não estão definidas”, lamenta o diretor da Sky. “E a competição só vai se dar se houver espectro suficiente”, completa.

A Sky oferece TV por assinatura via DTH, mas comprou a ITSA, uma empresa com operação em 12 cidades, inclusive na capital, via MMDS. O objetivo é justamente oferecer banda larga, com WiMAX. Mas a indefinição da Anatel – e, especialmente, o risco de ver a quantidade de espectro disponível despencar de 190 MHz para 50 MHz – frustra os planos da operadora.
Segundo a empresa, o padrão mais atual de WiMAX prevê aplicações com 20 MHz. Isso significa que para a distribuição do sinal em três direções pelas ERBs seriam necessários, pelo menos 60 MHz. Acima, portanto, dos 50 MHz que a Anatel pretende deixar para o MMDS na faixa de 2,5 GHz.

“Com 90 MHz a gente consegue acomodar”, afirma o presidente da Neotec – entidade que representa as empresas de MMDS – Carlos André Albuquerque. As empresas têm uma reunião prevista com os conselheiros da agência no próximo dia 20, onde vão tentar convencer os reguladores dessa posição.

Os 90 MHz pressupõem, no entanto, que não exista a obrigação de transportar, nesse mesmo espectro, os sinais de TV. No caso de uma empresa como a Sky isso significa dizer que ela poderia manter o serviço de TV por assinatura via DTH, utilizando a operação comprada da ITSA para oferecer banda larga. O tempo, no entanto, é crucial para que isso dê certo. “A competitividade desta tecnologia (WiMAX) vai diminuindo e pode se perder no tempo”, reconhece do diretor da Sky, Roger Haick.

Site: Convergência Digital
Data: 12/04/2010
Hora: 18h20
Seção: Telecom
Autor: Luís Osvaldo Grossmann
Link: http://convergenciadigital.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=22254&sid=8