O presidente da Claro, João Cox, afirmou que controlar, em tempo real, a velocidade de downlink e uplink na banda larga móvel é 'impossível no Brasil e em qualquer lugar do mundo", ao comentar a decisão judicial paulista que obriga as teles a demonstrarem a velocidade efetiva contratada, conforme o pleito feito pelo IDEC.
Cox, que nesta sexta-feira, 30/04, participou de uma teleconferência de resultados da Claro com a imprensa, admitiu que cabe as operadoras garantirem a qualidade de serviço ao consumidor, mas salientou que essa questão da velocidade efetiva vai além das possibilidades tecnológicas.
"A mobilidade, a telefonia celular pressupõe movimento, deslocamento. E nesse caso é impossível ter uma velocidade efetiva a todo momento. É da natureza da tecnologia sem fio. Nosso serviço é distinto da telefonia fixa", reiterou Cox. Exatamente por isso, a venda da banda larga móvel, por meio de modems 3G, está sendo controlada pelas operadoras, inclusive na própria Claro.
"Quando lançamos o serviço, tivemos uma procura acima da demanda esperada. Tivemos que cuidar da capacidade da rede para garantir a oferta com qualidade. E estamos atentos a essa demanda, desde sempre. As vendas acontecem, conforme a nossa infraestrutura é preparada para suportar esse novo produto", completou Cox.
Indagado sobre o efeito do desbloqueio, o presidente da Claro disse que a operadora está seguindo as regras determinadas pela Agência Reguladora, apesar de achar que 'interferir nas opções do consumidor não seja a melhor estratégia'. Cox, no entanto, admitiu que a Claro começa a rever o subsídio para os terminais pré-pagos.
Com relação ao mercado, o presidente da Claro se mostrou bastante otimista com o desempenho do Brasil. Segundo Cox, ainda em 2010, o Brasil terá mais de 100% de penetração móvel. Em função dessa estimativa, o executivo sustenta a previsão de um crescimento de dois dígitos na área. No primeiro trimestre do ano, de acordo com os dados da Anatel, a venda de celulares bateu recorde histórico.
Resultados
A receita líquida total da operadora Claro no primeiro trimestre de 2010 foi de R$ 2,8 bilhões, o que representa um avanço de 3,3% em comparação com igual período de 2009. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 877 milhões, um incremento de 22,6% comparado ao mesmo período do ano anterior.
A margem Ebitda desse 1º trimestre ficou em 31,7%, 5,0 pontos percentuais superiores ao registrado entre janeiro e março do ano passado. O lucro operacional (EBIT) foi de R$ 182 milhões. A receita de serviços apresentou aumento no ano, impulsionada pelo crescimento de 44,4% da receita de Serviços de Valor Agregado.
Ao final de março, a carteira de clientes da Claro era de 45,583 milhões de assinantes. O número de clientes avançou em 15,1% comparado com o mesmo período do ano anterior. A operadora adicionou 1,2 milhão de clientes no período, alcançando uma participação de mercado de 25,4%. A base de clientes pós-pagos cresceu 7,5% em relação ao 1º trimestre do ano passado e já representa cerca de 20% dos assinantes da Claro.
Site: Convergência Digital
Data: 30/04/2010
Hora: 15h45
Seção: Internet
Autor: Ana Paula Lobo
Link: http://convergenciadigital.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=22442&sid=4