Plano Nacional de Banda Larga vai estimular competição, diz analista da IDC. Por outro lado, foco não deve ser preço, mas infra-estrutura, alerta Teleco.
A projeção de preços de 15 reais a 35 reais pela mensalidade do acesso rápido à internet, dentro do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) apresentado nesta quarta-feira (5/5) é real e vai refletir a concorrência fomentada entre as operadoras, mas não deve ser o foco principal da iniciativa, avaliam especialistas em telecomunicações.
Para o analista de telecomunicações da IDC Brasil, João Paulo Bruder, a estimativa de preços do governo é real tendo em vista que haverá um equilíbrio maior entre o preço investido pelas operadoras para a oferta do acesso rápido na última milha em relação à receita, já que a Telebrás será responsável pela rede principal.
"Com o governo fazendo backbone e backhaul, muitas cidades passam a ser atrativas para a iniciativa privada", afirma. Segundo o analista, o PNBL agrada as operadoras, mas elas devem estudar como colaborar com o projeto e onde atuar. "Se a operadora não quiser oferecer o acesso em uma determinada região, o governo vai atender o local diretamente, mas deve avaliar a escolha para não se arrepender pelo mercado perdido depois", diz Bruder.
Segundo o presidente da consultoria Teleco, Eduardo Tude, a questão primordial não é o preço do serviço, mas a qualidade. "O problema do Brasil e do restante do mundo envolve investimentos em infra-estrutura para a alta velocidade", observa o especialista que dá como exemplo um pacote de acesso a 10 Megabits por segundo (Mbps) por 60 reais pela operadora GVT, que tem investido no acesso via fibra óptica.
O presidente do Teleco alerta que a questão sem uma rede de fibra, o Brasil vai se distanciar cada vez mais em relação a países da Europa, bem como Austrália e Estados Unidos, que estão colocando em prática seus planos de inclusão por meio de redes de alta velocidade. "Falta visão de longo prazo para não chegarmos em três anos com uma velocidade de acesso insuficiente para a demanda do usuário", conclui Tude.
Site: Computerworld
Data: 05/05/2010
Hora: 18h12
Seção: Telecom
Autor: Daniela Braun
Link: http://computerworld.uol.com.br/telecom/2010/05/05/banda-larga-de-r-15-a-r-35-sera-real-e-refletira-concorrencia/