Depois de muita resistência por parte das teles, o uso compartilhado da infraestrutura sai do modelo de sites e estações e pode entrar numa área considerada mais estratégica - o núcleo da rede, com o advento do LTE, a 4G. A TIM, apesar de não ter nenhum contrato assinado, se mostra disposta a sentar e negociar.
“Não vejo o porquê de não pensarmos em compartilhamento de backhaul, principalmente, com o advento da 4G, que vai requisitar uma rede de alta capacidade para o tráfego dos dados", destacou Catarina Reuter, gerente de Inovação da TIM Brasil, ao participar da 10ª Edição da Rio Wireless, nesta quinta-feira, 13/05, no Rio de Janeiro.
A executiva ressaltou que, hoje, o compartilhamento de ERBs e sites já é uma medida tradicional entre as operadoras. Catarina Reuter admite que a cogestão do backhaul é um passo adiante nessa estratégia.
"É claro que precisamos sentar e conversar, mas a medida viabilizaria projetos em áreas mais distantes e também nos grandes centros. A tele precisa de um backhaul consistente para suportar suas aplicações e essa divisão nos permitiria concentrar a atenção no cliente", diz.
A proposta da TIM é bem-recebida pela Vivo, cujo presidente, Roberto Lima, foi o precursor da proposta de compartilhamento nas teles móveis, há três anos. O executivo, que veio da área de cartão de crédito, defendeu a rede compartilhada como a melhor opção para reduzir custo e otimizar a oferta do serviço.
Compartilhar é um processo que na Vivo está sendo posto em prática. Não negociamos compartilhamento de backhaul ainda, mas não vemos nenhum problema, se houver convergência de interesses", observou Ércio Zilli, vice-presidente de Regulamentação da operadora, que participou, ao lado de Catarina Reuter, de um debate sobre 4G: Perspectivas e investimentos.
A ideia do compartilhamento do backhaul surge com o interesse de ter o LTE, a 4G, no Brasil - caso a Anatel se defina com relação à faixa 2,5GHz o quanto antes. A divisão de custos do backhaul favoreceria a construção da nova infraestrutura, de forma a garantir que as cidades-sedes da Copa do Mundo de 2014, tivessem a tecnologia comercial, já na Copa das Confederações, agendada para 2013, e o pontapé oficial dos jogos da Fifa.
Site: Convergência Digital
Data: 13/05/2010
Hora: 14h45
Seção: Terceira Geração
Autor: Ana Paula Lobo
Link: http://convergenciadigital.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=22577&sid=17