O País já investiu cerca de 400 milhões de reais no setor, afirma presidente da Ceitec em entrevista à COMPUTERWORLD americana
A Ceitec , estatal sem fins lucrativos, deverá receber investimento de 100 milhões de reais até o final do ano, segundo Eduard Weichselbaumer, presidente da empresa. Até agora, já foram investidos cerca de 400 milhões de reais.
Para Weichselbaumer, a crise econômica mundial ajudou muito a empresa, principalmente para que a Ceitec conseguisse agilizar a produção de chips, e atrair experientes engenheiros para o Brasil, tanto estrangeiros, como também, brasileiros que trabalhavam foram do país.
Encontrar oportunidades em meio à recessão estimula os esforços do Brasil para construir uma indústria de chips, mas existe também um aumento da concorrência mundial na produção. Entre as nações em desenvolvimento, que trabalham para construir sua própria tecnologia, estão, por exemplo, a China que também deseja iniciar uma dinastia de chips; a Índia que pretende repetir na indústria de chips o mesmo sucesso da indústria de software e também os Emirados Árabes Unidos.
A razão pela qual as nações querem construir suas próprias indústrias de chip é simples: chips eletrônicos serão o futuro. Os semicondutores são o cerne de todos os dispositivos eletrônicos, como computadores, TVs digitais, carros híbridos e muitos outros. A cada dia são encontrados novos usos.
Mas a construção de uma indústria de chips não é uma tarefa fácil.
Weichselbaumer comanda a terceira tentativa brasileira de entrar na indústria, enquanto outros países, como a China, já fracassaram no passado. O principal obstáculo é o custo. São investidos bilhões de dólares e requer também redes elétricas estáveis, além de empresas para fornecer matérias primas, incluindo placas de silício e gases usados na fabricação dos produtos.
No mês passado, a maior fabricante japonesa de chips, a Toshiba, citou a necessidade de uma melhor infra-estrutura no Brasil, particularmente da rede elétrica, antes de considerar a construção de uma fábrica no país.
A empresa também sugere que o Brasil estimule a formação de profissionais especializados em engenharia para chips e, para isso, enviou alguns dos seus próprios engenheiros oferecendo treinamento em universidades de São Paulo, como também convidou engenheiros brasileiros para participar de um curso de seis meses no Japão.
Para desenvolver uma indústria de chips, a Cetec abriu sua primeira fábrica de semicondutores em fevereiro, e planeja contratar dezenas de projetistas até ao final deste ano.
Site: Computerworld
Data: 14/05/2010
Hora: 10h12
Seção: Negócios
Autor: ------
Link: http://computerworld.uol.com.br/negocios/2010/05/14/recessao-estimula-producao-de-chips-no-brasil/