HP desafia Positivo em PCs e na inclusão digital

Há menos de um mês à frente da subsidiária brasileira da HP, Oscar Clarke, ex-country manager da Intel no país, revela que o fato de a fabricante não ter a liderança no mercado brasileiro de PCs tem lhe tirado o sono.

"Desde que assumi a presidência, eu não consegui descansar. Não posso entender como uma empresa do porte da HP, com o acesso que tem aos canais de varejo e com a enorme penetração que seu canal lhe garante não é líder nesse mercado", desabafa. E manda o recado àquela que está à frente da HP - a brasileira Positivo. "Estamos vindo atrás, com muita sede e como um foguete para assumir essa liderança. E isso será feito no curto prazo", declarou o executivo, que concedeu a primeira entrevista à imprensa, nesta quarta-feira, 19/05, na capital paulista.

Olhar atento às classes D e E

Sem mencionar números, Clarke limita-se a dizer que a diferença entre a Positivo e a HP está diminuindo e que o levantamento da IDC para o mercado brasileiro de PCs no primeiro trimestre (que deve ser divulgado em breve) mostrará isso. Além do melhor aproveitamento do alcance de seu canal e penetração junto aos varejistas, a HP deve em breve apresentar ao mercado uma linha de computadores mais baratos.

Pelo menos é o que deu a entender Clarke. Segundo ele, a ascenção das classes D e E e a possibilidade que elas agora possuem de adqurir o primeiro computador é uma oportunidade que não pode ser perdida. "Vamos garantir que esse público específico, com orçamento apertado, tenha acesso a computadores HP", afirma.

Clarke lembra que a HP conta atualmente com quatro unidades fabris no Brasil e que, tendo volume que justifique, tem também a autonomia para desenvolver uma linha de computadores específica para atender a essa característica intrínseca do consumidor brasileiro.

Dito isso, vale lembrar também que, à frente da Intel, Clarke conseguiu em dois anos (entre 2004 e 2006) elevar de 58% para mais de 80% o market share da companhia no país. Quando deixou a empresa, segundo dados da IDC, a participação da Intel no mercado brasileiro era de 86%.

Nessa estratégia para alavancar a marca HP junto ao mercado final, o novo presidente garantiu que a fabricante participará da próxima licitação do programa "Um computador por aluno". E com um produto específico para a área de educação.

Clarke reconhece a qualidade do Classmate PC, comercializado pela Positivo e pela CCE no país, e desenvolvido com o suporte da Intel, mas anuncia disposição de brigar nesse segmento. "Houve muita pesquisa para o desenvolvimento do Classmate PC. A HP sabe disso e seguramente não trará um equipamento que não esteja à altura", afirmou.

Enquanto esteve à frente da Intel no Brasil (entre 2004 e abril de 2010), Clarke sempre dedicou esforços e investimentos ao desenvolvimento da educação no país. Agora na HP, ele garante: "Não perdi o foco no desenvolvimento da educação no Brasil".

Site: Convergência Digital
Data: 19/05/2010
Hora: 15h45
Seção: Negócios
Autor: Fernanda Ângelo
Link: http://convergenciadigital.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=22654&sid=5