Crescem gastos dos bancos com banda larga e infraestrutura

31/05/2010

Recursos de comunicação de dados e virtualização vão dar suporte à migração acelerada dos serviços bancários para a web, para atender à chamada geração Y

Os gastos dos bancos em tecnologia cresceram 6% em 2009 (contra 11% em 2008), atingindo 19,4 bilhões de reais. Desembolsos que se concentram no aumento da capacidade de processamento, infraestrutura (principalmente virtualização) e banda larga para suportar a tendência de migração das transações cada vez mais para internet.  E esse valor  nominal deve crescer mais do que o índice em 2010, na opinião de Gustavo Roxo, diretor de tecnologia da Febraban.  Para quem, “tudo indica, o mercado retomou vigorosamente seus investimentos”.

A virtualização das operações bancárias reflete nos dados apresentados hoje pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), que apontam uma redução de 11,5% no número de cheques compensados – 1,023 bilhão em 2009, para 1,039 bilhões em 2008 – e um crescimento de 17,7% nas transações online de pessoas jurídicas (4,8 bilhões), e de 14,4%, nas de pessoas físicas (4,6 bilhões).

Nos gastos de TI, a maior taxa de expansão, ou 68% (2007/2009), foi na infraestrutura, responsável por um desembolso de 2,660 bilhões de reais. Segundo Roxo, em grande parte devido a projetos de virtualização, primeiro passo para futuras iniciativas de computação em nuvem. Essa tecnologia, na avaliação do executivo, deve ter grande procura por parte dos bancos este ano, por permitir identificar e distribuir custos internos entre os diferentes departamentos, em nuvens fechadas; e pela facilidade de escalar recursos, na entrega dos serviços online aos clientes.

Na área de telecomunicações os gastos cresceram 27% (4,136 bilhões de reais) sobre 2007 e 35% em relação a 2008, especialmente na contratação de banda larga. A demanda cresce mais até do que a queda nos custos por quilobit trafegado, pressionando o sistema, de acordo com o diretor de tecnologia da Febraban. Houve aumento também na terceirização das telecomunicações, não só dos serviços diretos, como daqueles de gerenciamento de redes. A terceirização, hoje em 50% dos grandes bancos e 63% dos médios e pequenos, pode chegar a 100%, na sua avaliação, se os fornecedores conseguirem responder adequadamente às necessidades das empresas. “Não faz mais sentido ter telecom dentro do banco”, diz.

A pesquisa mostra ainda que o número de contas-correntes e de poupança abertas em 2009 cresceu 19% desde 2007 (134 milhões e 91 milhões, respectivamente), taxa bastante similar aos 18% de expansão das contas de internet banking (35 milhões). O que significa, segundo Roxo, que praticamente todo o novo correntista, agora, é um usuário web.

Não por acaso, o desafio de prestar serviços bancários, com segurança e estabilidade, por novos canais – como redes sociais e celulares –, para a geração Y, dos jovens nascidos depois de 1980, é o tema do próximo Ciab Febraban, que acontece de 9 a 11 de junho, em São Paulo. Na pauta, as questões de maior interesse do setor: business intelligence, segurança da informação, cloud computing, governança de TI, infraestrutura e virtualização e gestão de inovação.

Site: Computerworld
Data: 27/05/2010
Hora: 18h25
Seção: Negócios
Autor: Verônica Couto
Link:  http://computerworld.uol.com.br/negocios/2010/05/27/banda-larga-e-infraestrutura-lideram-gastos-dos-bancos-em-ti/