Informática e Telecom, impulsionada pelos celulares, recuperam o fôlego no 1º tri

31/05/2010

O faturamento da indústria eletroeletrônica no 1º trimestre de 2010 cresceu 17% na comparação com igual período do ano passado e superou em 3% o realizado no 1º trimestre de 2008.

As áreas de componentes elétricos e eletrônicos, material elétrico de instalação e de utilidades domésticas, foram as que apresentaram as maiores taxas de crescimento, cujos percentuais atingiram +34%, 31% e +42%, respectivamente. Para este ano, a Associação Brasileira da Indústria Elétrica Eletrônica (Abinee) prevê crescimento de 12%.

O crescimento do faturamento da área de informática foi bastante expressivo (+14%). Resultado, observa a Abjnee, foi impulsionado pela redução de impostos sobre os equipamentos, além do crédito facilitado ao consumidor visando a integração da população de baixa renda na era digital.

Quanto à área de telecomunicações, o faturamento no 1º trimestre de 2010 situou-se no mesmo nível do 1º trimestre de 2009. O resultado reflete a recuperação das vendas de telefones celulares, com crescimento de cerca de 20%, e queda no segmento de infraestrutura, da ordem de 17%.

Neste último caso, deve-se considerar que o faturamento no 1º trimestre do ano passado ainda refletia o crescimento do setor antes da crise econômica e, portanto, ainda estava em patamares elevados. Apesar dessa queda, a perspectiva dessa área é de crescimento em função dos investimentos previstos na ampliação da capacidade das redes de transmissão e na transmissão em banda larga.

O desempenho favorável da indústria eletroeletrônica ocorreu, reforça a Abinee, em virtude do mercado interno, uma vez que as exportações, contabilizadas em Reais, caíram 22% no 1º trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Em dólares, as exportações neste período ficaram estáveis em relação a 2009 e cerca de 26% abaixo de igual período de 2008.

Apesar dessa queda, alguns setores recuperaram suas vendas externas em dólares, como as áreas de componentes elétricos e eletrônicos, informática, material elétrico de instalação e utilidades domésticas elétricas e eletrônicas.

De outra parte, caíram as exportações de equipamentos industriais, equipamentos de geração, transmissão e distribuição de energia (GTD) e telecomunicações. Neste último caso, devido à queda de 23% nas vendas externas de telefones celulares.

O crescimento do mercado interno de produtos elétricos e eletrônicos, neste 1º trimestre, também, pode ser atestado pelo crescimento das importações, que cresceram 13% vis a vis ao primeiro trimestre do ano passado. Em dólares, cresceram 45%, superando em 6% as realizadas no 1º trimestre de 2008.

A taxa cambial tem sido indicada como o principal entrave para o comércio internacional dos produtos setor, devido à perda de competitividade nas exportações e acirramento da concorrência com os produtos importados. Os componentes elétricos e eletrônicos continuam sendo os produtos mais importados do setor. Atingiram no primeiro trimestre deste ano US$ 1,5 bilhão, o que representa um crescimento de 59% na comparação com igual período do ano passado.

No primeiro trimestre de 2010, o déficit dos produtos do setor chegou a US$ 5,82 bilhões, 66% acima do registrado no mesmo período de 2009. O mercado interno deverá continuar sendo o grande responsável pelo crescimento da indústria elétrica e eletrônica neste ano, diz a Abinee.

Isso porque as exportações permanecerão iguais as realizadas no mesmo período do ano passado, visto que não há perspectiva de correção da política cambial, principal entrave para o comércio internacional do setor. As importações deverão continuar a trajetória de crescimento, concorrendo, fortemente, com a produção local, devendo atingir US$ 30 bilhões neste ano, 20% acima das registradas em 2009.

Site: Convergência Digital
Data: 28/05/2010
Hora: 15h45
Seção: Negócios
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