Banda H: Anatel garante que o leilão será disputado

07/06/2010

A Anatel está confiante de que o leilão da Banda H, previsto para este ano, terá competição, especialmente porque a agência tem sido procurada por grupos nacionais e estrangeiros interessados em entrar no mercado da telefonia móvel. Por isso, manterá as regras que privilegiam novos competidores no leilão.

“Temos certeza que haverá disputa significativa, pois é a última chance de grupos estrangeiros, ou mesmo brasileiros, entrarem no mercado de telefonia móvel no país”, avalia o conselheiro Jarbas José Valente, que participou nesta quarta-feira, 2/6, de audiência sobre o leilão da Banda H no Senado Federal.

Segundo Valente, o interesse de participar do leilão já foi expresso por diversos grupos em contato com a agência. “Vemos muitos interessados. Se acontecer mesmo da Portugal Telecom sair da Vivo, ou a Telefônica, essas operadoras terão interesse em permanecer no Brasil. E a Anatel também está sendo procurada por grupos chineses, japoneses, americanos, franceses e mesmo brasileiros”, disse Jarbas.

Ele citou que tanto a PT quanto a Telefônica já tiveram conversas com a agência sobre uma eventual participação no leilão da Banda H, caso alguma delas fique sem espectro – em função de eventual cisão da sociedade de ambas na Vivo. Também revelou que o empresário Eike Batista, que já atua em setores como mineração e petróleo, procurou a Anatel demonstrando interesse no setor de telecomunicações, especialmente, em banda larga. Além disso, a própria CTBC, hoje, com atuação restrita, poderia vir a ser o 5º competidor nacional.

Os senadores da comissão de Ciência e Tecnologia questionaram a Anatel sobre as “restrições” previstas nas regras do leilão às operadoras, uma vez que elas, atuantes no mercado, só poderão fazer lances caso não apareça um novo competidor.

“Existem operadoras no país com mais acessos do que a Argentina, então precisamos de mais competição. Estudos internacionais indicam que operadoras com mais de 10 milhões de acessos são muito saudáveis e no Brasil todas têm mais de 20 milhões”, sustentou o conselheiro.

Ele contou aos senadores que durante a consulta pública sobre o edital – que recebeu 97 contribuições – tanto as atuais quanto interessadas em entrar sugeriram mudanças: umas querendo participar, outras pedindo a desvinculação com obrigações de cobertura, que serão semelhantes àquelas do leilão 3G.

“Até a licitação da Banda H, as operadoras terão três anos de vantagem sobre o novo entrante. Além disso, entendemos que eventuais dificuldades sobre o novo concorrente são passageiras, pois o mercado que se vislumbra é tão grande quanto o atual”, insistiu o conselheiro, mencionando que a Anatel espera que o mercado brasileiro alcance 300 milhões de acessos móveis, quase o dobro dos atuais 180 milhões.

Site: Convergência Digital
Data: 02/06/2010
Hora: 13h40
Seção: Terceira Geração
Autor: Luís Osvaldo Grossmann
Link: http://convergenciadigital.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=22803&sid=17