Projeto de implementação da infraestrutura Wi-Fi engloba todos os prédios da instituição, em dez cidades brasileiras.
Garantir mais mobilidade aos funcionários e aos visitantes que passam pelo Banco Central do Brasil (Bacen). Este objetivo tem motivado investimentos de 2,590 milhões de reais na implementação de uma rede wireless na sede da entidade, em Brasília (DF), bem com nos demais prédios do órgãos espalhados pelo País.
O projeto prevê a instalação de 510 pontos de acessos Wi-Fi, que serão gerenciados por 22 controladoras, que conectarão as dez cidades em que há unidades do Bacen. Este último, um órgão vinculado ao Ministério da Fazenda, que tem a missão de assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda brasileira e garantir o equilíbrio do sistema nacional financeiro.
Em uma primeira etapa, terão cobertura sem fio a sede da entidade na capital federal e as unidades de São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. No segundo semestre serão interligados os prédios de Belém, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife e Salvador.
Ao todo, a autarquia conta com 11 edifícios, que serão cobertos pela rede wireless contratada por meio de uma licitação pública, realizada no final do ano passado, e do qual saiu vencedora a fabricante Aruba Networks. "Eles apresentaram o melhor preço", explica o analista de rede do Bacen, José Márcio Medeiros. Ele relata ainda que a integradora NCT Informática é a responsável pela implementação da nova infraestrutura.
De acordo com Medeiros, o projeto prevê a construção de duas redes wireless em paralelo: uma para uso interno e outra para visitantes. A corporativa será utilizada apenas por funcionários do Bacen, que poderão trabalhar com seus notebooks em locais nos quais a infraestrutura cabeada é limitada ou inexistente. O executivo cita como exemplo o auditório, a universidade corporativa e as salas de reunião. "Muitas vezes as pessoas se reúnem, mas não podem se conectar porque há um único ponto de rede", detalha o analista, que acrescenta: "Agora esse problema será resolvido e elas ganharão mais mobilidade".
A segunda rede será para atender os visitantes que a autarquia do governo federal recebe constantemente de outros órgãos localizados no Brasil e no exterior. Para citar a importância de oferecer o acesso a esse perfil de profissional, Medeiros conta que muitos representantes do Fundo Monetário Internacional (FMI) vêm ao País e passam uma semana no Banco Central. O mesmo acontece com consultores e auditores que realizam trabalho na organização, mas que hoje não têm como entrar na internet enquanto estão no local.
Medidas de segurança
Entre as principais atribuições do Bacen destacam-se a condução das políticas monetária, cambial, de crédito e de relações financeiras com o exterior. A instituição é responsável também pela regulação e a supervisão do Sistema Financeiro Nacional (SFN). Além disso, administra os sistemas de pagamentos e do meio circulante.
Com esse papel, a autarquia processa aplicações de missão crítica. Mas o analista de rede do órgão regulador dos bancos, garante que esses serviços não passarão pela rede wireless. Ele dá o exemplo da mesa de operação financeira e o monitoramento do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB), que são restritos ao ambiente cabeado.
Apesar disso, o especialista informa que as duas redes wireless que serão adotadas pelo órgão são seguras e ficarão restritas ao acesso de correio eletrônico, servidores de arquivos e de impressão. Caso os usuários precisem consultar serviços críticos, eles receberão a recomendação para acessar as informações pela infraestrutura cabeada.
As duas redes wireless do Bacen serão privadas, com acesso controlado, firewall e mecanismos de proteção. Além disso, ambas terão como base o padrão de criptografia Wi-Fi Protected Access 2 (WPA2). A corporativa contará com uma trava a mais que é a autenticação com certificação digital das máquinas. Já a rede de visitantes, exigirá um cadastro de todos os seus usuários.
O gerente para a América do Sul da Aruba Networks, Fernando Lobo, acrescenta que o ambiente sem fio do Bacen será totalmente confiável.
Ele comenta ainda que organizações do setor financeiro de outros países adotam redes wireless similares. Como exemplo, Lobo cita projetos dos bancos norte-americanos Goldman Sachs e Merrill Lynch e da administradora de cartão de crédito American Express.
Site: Computerworld
Data: 06/07/2010
Hora: 7h
Seção: Gestão
Autor: Edileuza Soares
Link: http://computerworld.uol.com.br/gestao/2010/07/06/banco-central-investe-r-2-5-milhoes-em-rede-sem-fio/