Há melhoras, mas o quadro geral ainda não é dos mais animadores. Um novo levantamento do Tribunal de Contas da União sobre como anda a governança de TI nos órgãos da administração pública mostra que a maior parte deles deixa muito a desejar, tanto pela estrutura quanto na própria percepção de eficiência dos serviços prestados. A maior falha, porém, está na falta de envolvimento das autoridades.
O novo levantamento – o primeiro foi feito em 2007 – ainda não foi divulgado oficialmente porque precisa passar pelo crivo dos ministros do TCU. Mas algumas das conclusões foram apresentadas em um seminário promovido pela Secretaria de Logística e TI do Ministério do Planejamento, realizado na segunda-feira, 19/7.
Há pelo menos duas boas novas, de acordo com os representantes da Secretaria de Fiscalização de TI do TCU. Uma delas é que a maior parte da administração voltou a falar de planejamento – uma das conclusões da pesquisa anterior é que o controle das atividades de tecnologia da informação tinha praticamente desaparecido do governo. A outra, é que está crescendo o número de profissionais da área.
Pelo que foi apresentado, no entanto, a parte boa termina aí. A constatação mais contundente foi feita a partir de uma classificação da governança nos 265 órgãos fiscalizados. O TCU dividiu-os em três categorias: em estágio inicial de governança, com notas de 0 a 4, intermediário, de 4 a 6, e aprimorado, mais de 6.
Segundo a Sefti, 56% da administração estão no grupo inicial de governança. Outros 38% encontram-se no estágio intermediário, ou seja, são aqueles em que há algum movimento na direção certa. E somente 5% tiveram nota superior a 6 – sendo apenas um órgão com nota acima de 8.
Outra conclusão é que menos de um terço dos órgãos consegue mensurar seus próprios resultados, ou seja, percebe o benefício obtido na atividade-fim graças aos serviços de TI. Além disso, como regra geral os órgãos têm grande dificuldade em mostrar quão crítica é a TI no dia a dia.
Ainda assim, quase dois terços do universo fiscalizado informaram que há pelo menos um sistema que se falhar causa a interrupção imediata dos serviços. Em cerca de 25%, a pane seria sentida em uma semana. E em 16% as atividades parariam um mês depois da falha.
Para o TCU, porém, o sinal mais claro do levantamento está na distância da alta administração com os temas de TI – e que, segundo a Sefti, é possível verificar uma correlação direta entre essa ausência e a qualidade (ou a falta dela) nos processos de tecnologia da informação.
Segundo um dos responsáveis pelo levantamento, não é que a alta administração não atue, ela sequer sabe como fazê-lo. Por isso, o TCU pretende, a partir de 2011, promover encontros voltados aos “chefes” – ministros, secretários executivos, etc – para começar a clarear conceitos de TI.
Site: Convergência Digital
Data: 20/07/2010
Hora: 14h45
Seção: Governo
Autor: Luís Osvaldo Grossmann
Link: http://convergenciadigital.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=23214&sid=11