O bloco econômico atualmente supervisiona um grande número de mecanismos destinados a combater o crime, em particular a atividade terrorista.
A União Europeia está impondo regras mais rigorosas sobre o seu próprio uso de dados privados de cidadãos para futuras medidas anti-terrorismo.
"Os cidadãos devem ter o direito de saber quais dados confidenciais deles são mantidos e trocados", disse Cecilia Malmström, Comissária de Assuntos Internos da União Européia, ao anunciar as novas regras, nesta terça-feira (20/7).
O bloco econômico atualmente supervisiona um grande número de mecanismos destinados a combater o crime, em particular a atividade terrorista. A grande maioria destes instrumentos envolvem a coleta, armazenamento e intercâmbio de informações privadas, para aplicação da lei ou da gestão de migração.
A partir de agora, todos os projetos serão avaliados pelo seu impacto esperado sobre os direitos dos indivíduos e os proponentes devem comprovar que as iniciativas são necessárias, protegendo os direitos fundamentais. Também deve haver uma repartição clara das responsabilidades, bem como procedimentos de análise estruturada. O cumprimento destas regras de proteção de dados pessoais estará sujeito ao controle de uma autoridade independente a qualquer nível nacional ou da União Europeia.
Uma dessas iniciativas é a European Cybercrime Plattform (ECCP), criada ao lado de plataformas sobre cibercrimes nacionais, em 2008, para coletar, analisar e trocar informações sobre crimes cometidos na web. Assim, os cidadãos europeus podem denunciar conteúdos ou comportamentos ilegais online, diretamente para as suas plataformas nacionais, enquanto que a ECCP é gerenciada pela Europol e recebe relatórios de autoridades sobre cibercrimes graves além das fronteiras nacionais. Atualmente, as regras de proteção de dados são estabelecidas pela Europol Decision and Concil Framework, mas, no futuro, a ECCP apresentará suas atividades em um relatório anual ao Conselho para aprovação e ao Parlamento Europeu para informação.
Outros instrumentos que poderiam ser incluídos pelas novas regras são o polêmico Terrorist Finance Tracking Program (TFTP) - Programa de Vigilância às Finanças Terroristas - um acordo com os Estados Unidos que permite aos norte-americanos acessar dados financeiros dos cidadãos europeus. Também poderiam ser incluídas organizações como a Europol, a agência policial europeia, e a Eurojust, que coordena as operações judiciais além das fronteiras nacionais e tem acesso ao tráfego de telecomunicações de suspeitos e criminosos, em casos de crimes graves envolvendo dois ou mais membros do bloco.
As novas regras também se aplicam aos sistemas um e dois da Schengen Information System (SIS) - Sistema de Informação Schengen (SID) - no qual são compartilhados dados sobre pessoas de fora da "Área Schengen" - um grupo de países que concordou em não aplicar os controles de identidade em suas fronteiras comuns.
A base de dados para a avaliação dos pedidos de asilo (Eurodac), os pedidos de vistos (VIS Visa Information System) e rastreamento de passageiros (API ou Advance Passenger Information System) também poderiam ser incluídos, assim como os sistemas para rastrear as declarações aduaneiras e partilha de registros criminais.
Site: PC World
Data: 20/07/2010
Hora: ------
Seção: Notícias
Autor: Jennifer Baker
Link: http://pcworld.uol.com.br/noticias/2010/07/20/uniao-europeia-planeja-limitar-o-uso-de-informacoes-pessoais/