O mercado de servidores no Brasil demonstrou forte recuperação no primeiro trimestre deste ano, com um crescimento acentuado de 90,4% em valor e 43,4% em unidade, quando comparado ao mesmo período de 2009. Isso é o que aponta estudo realizado pela consultoria IDC.
De acordo com Alexandre Vargas, analista do mercado de servidores da IDC, a razão mais importante para este resultado foi a entrega de diversos mainframes no período e a retomada de investimento das empresas, mediante um cenário econômico favorável. “Muito dessa recuperação foi impulsionada por soluções de Blades que envolvem um maior número de lâminas no chassi, plataformas rack de maior porte para consolidação e virtualização, além, é claro, da entrega de mainframes”, observa.
Em relação aos drivers citados acima, todos tiveram forte foco na consolidação de cargas de trabalho e a busca por ganhos de eficiência e melhora no gerenciamento de energia. Nas plataformas mais robustas, que contam com servidores de preço médio acima de US$ 25 mil, o aumento, em valor, foi de 110% quando comparado ao mesmo trimestre de 2009. “Isso foi impulsionado principalmente por equipamentos mainframe e baseados em servidores RISC”, completa o analista da IDC.
De acordo com as pesquisas realizas pela IDC, 2010 será um ano em que as empresas continuarão buscando redução de custos e melhora na utilização de seus recursos internos. Acompanhando este panorama, um segmento que se destacou no primeiro trimestre do ano foi o de Governo.
“Como este é um ano de eleições e será preciso congelar as compras a partir do segundo semestre, muitos projetos foram adiantados e entregues no primeiro semestre”, disse Vargas. Além disso, os segmentos de finanças e telecomunicações mantiveram o ritmo de investimento em tecnologia por conta do bom cenário da economia.
Segundo o analista da IDC, é interessante ressaltar que os investimentos em telecomunicações já demonstram que os players desse mercado estão organizando sua infraestrutura para se tornarem provedores de serviço de cloud computing em pouco tempo, seguindo uma tendência já reconhecida no mundo.
Com a melhora das perspectivas econômicas e diversos acontecimentos (Copa do Mundo, Olimpíadas, Pré Sal) no cenário dos próximos anos, as empresas retomaram os investimentos em TI. Isso já foi sentido nos resultados do primeiro trimestre. Levando em conta esses fatores, a IDC espera uma recuperação de 16,7% em unidades para servidores robustos (com preço médio de US$ 25 mil) e de 13% em valor e 19% em unidades de volume (com preço médio inferior a US$ 25 mil).
Para Alexandre Vargas, o que chama a atenção nesta análise é que a alta taxa de crescimento apresentada não esta somente atrelada ao fraco desempenho de 2009, por conta da crise, e sim, e sim a eminente necessidade que empresas de pequeno e médio porte estão adquirindo o seu primeiro servidor ou ainda estão estruturando o seu departamento de TI e busca por equipamentos mais performáticos e econômicos do ponto de vista de economia de energia nas grandes empresas.
Avanços tecnológicos como processadores com maior capacidade, permitirão que as empresas alinhem cada vez mais a área de TI aos seus negócios, pois o processamento não deverá ser o principal problema do departamento. Além disso, o mercado brasileiro já está mostrando os primeiros sinais de transformação do modo de entrega de processamento e armazenamento, para um modelo baseado em plataformas de serviços rodando na nuvem.
“Essa mudança pode ser um importante avanço tecnológico pois terá um impacto positivo sobre outros paradigmas do mercado. O crescimento de TI nas pequenas e médias empresas deve ser um dos grandes motores de aquisição desta tecnologia, que tende a ser mais barata do que o modelo baseado na aquisição de hardware próprio e licenciamento padrão”, finaliza o analista da IDC.
Site: Convergência Digital
Data: 27/07/2010
Hora: 16h15
Seção: Negócios
Autor: ------
Link: http://convergenciadigital.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=23274&sid=5