Oi investirá em 3G onde houver retorno financeiro, com exceção de SP, onde banda larga móvel é estratégica

02/08/2010

O diretor de Finanças e Relações de Investidores da Oi, Alex Zornig, assumiu que os aportes da concessionária na Terceira Geração vão ser feitos apenas nas cidades 'onde aconteça o pagamento pelo capital investido'. A prioridade para o país é a banda larga fixa, associada aos serviços de telefonia e Tv por Assinatura. Apenas em São Paulo esse alvo muda - no Estado a tele não possui rede fixa - e telefonia e a banda larga móvel passam a ser estratégicas.

Tanto que pouco menos da metade dos assinantes de 3G da Oi está em SP - 225 mil. A base da Oi é estimada em 550 mil assinantes da banda larga móvel. "A banda larga móvel é complementar a nossa estratégia de banda larga fixa. E assim continuará. Não vamos mudar por causa dos concorrentes. Nessa linha, a expansão de serviços se dará onde houver retorno financeiro. Apenas em São Paulo, essa estratégia muda porque não temos uma operação fixa para rentabilizar", afirmou Alex Zornig, que nesta quinta-feira, 29/07, participou de teleconferência de resultados do segundo trimestre, com a imprensa. Na área de banda larga, a Oi fechou o primeiro semestre com 4,9 milhões de clientes - 4,3 milhões na fixa e 550 mil na banda larga móvel.

Com relação aos investimentos, Zornig garantiu que a Oi sustentará os R$ 4 bilhões prometidos para 2010, mesmo com os aportes de R$ 818 milhões feitos no primeiro semestre. Desses recursos, 78% foram destinados a projetos de expansão dos serviços de telefonia móvel e de transmissão de dados em banda larga, que se mantêm na lista de prioridades para receberem os pouco mais de R$ 3 bilhões, prometidos pela Oi para investimentos até dezembro.

"Temos que lembrar ainda que houve uma otimização de recursos com as sinergias com a Brasil Telecom ( o retorno está estimado em R$ 1,2 bilhão ao ano - no primeiro semestre ficou em R$ 600 milhões) e os fornecedores também estão bem mais agressivos nos preços. Tivemos uma redução de 50% nos preços de equipamentos para telecomunicações em 12 meses", conta o diretor da Oi, lembrando que esses preços foram obtidos para a montagem da rede nas cidades de Presidente Prudente e Ribeirão Preto, no interior de São Paulo.

O estado de São Paulo, aliás, ganha papel cada vez mais relevante nos planos da Oi. A empresa alcançou a base de 6,1 milhões de assinantes no estado, o que representa 18% do market share. "São Paulo está tendo um papel relevante nos projetos da Oi e já estamos obtendo lucro do investimento feito para viabilizar a operação", destacou ainda Zornig.

Indagado sobre o DDD 10, que está sendo criado pela Anatel para resolver o problema da falta de numeração disponível e que ganhou o suporte da empresa, Zornig observou que a compra da licença não levou em consideração a possibilidade de vir a faltar números para atender a demanda de clientes.

"Compramos a licença porque acreditamos na possibilidade de atingir nossas metas e expectativas de investimentos. Temos a convicção de que a Anatel resolverá o problema e estamos mantendo a projeção de chegar a 21% de market share no estado até o final deste ano", pontuou Zornig.

Na teleconferência, o diretor de Finanças e de Relações com Investidores da Oi assumiu que não faria comentários sobre a entrada da Portugal Telecom na empresa, mas instigado a falar sobre Vivo/Telefónica, disse que "a concorrência já existe e é saudável".

Resultados

A Oi encerrou o primeiro semestre de 2010 com lucro líquido recorde de R$ 940 milhões, revertendo resultado negativo registrado em igual período do ano passado. A receita bruta consolidada chegou a R$ 23,1 bilhões e a receita líquida atingiu R$ 14,9 bilhões.

O Ebitda (lucro antes de despesas financeiras, impostos, depreciações e amortizações) consolidado no semestre alcançou R$ 5,2 bilhões, alta de 7,9% em relação ao Ebitda recorrente dos primeiros seis meses do ano passado. A margem Ebitda foi de 35%, contra 32,6% registrada no mesmo período de 2009.

De junho de 2009 a junho deste ano, a Oi registrou adições líquidas de 2,7 milhões, ampliando sua base para 62,6 milhões de clientes. Deste total, 20,8 milhões estavam em telefonia fixa, 37,2 milhões em telefonia móvel, 4,3 milhões em banda larga fixa e 265 mil em TV por assinatura.

Site: Convergência Digital
Data: 29/07/2010
Hora: 19h25
Seção: Terceira Geração
Autor: Ana Paula Lobo
Link: http://convergenciadigital.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=23306&sid=17