O mercado brasileiro de Tecnologia da Informação que, em 2009, apresentou taxas negativas em decorrência da crise financeira mundial, este ano, poderá registrar um crescimento de 15%, segundo dados revistos pela IDC. Para a consultoria, as perspectivas do país estão bastantes positivas e, de acordo com Reinaldo Reveri, gerente de pesquisas e análises da IDC, deverá criar pelo menos mais de US$ 18 bilhões de novas receitas no setor.
No segmento corporativo, o mercado de Serviços de TI é o que deverá apresentar maior movimentação, especialmente com o desenvolvimento de novas ofertas que abrirão caminho para o amadurecimento do conceito de Cloud Computing.
"O modo como se adquire TI está mudando rapidamente. Empresas não querem mais se preocupar com seus ativos e, sim, usufruir do que TI pode entregar como benefício para o negócio. Os fornecedores que não se adaptarem à essas novas demandas e modelos de entrega, sofrerão bastante a médio e longo prazo" afirma Roveri.
Para ele, empresas buscarão dar cada vez mais foco nos seus próprios negócios, entregando a infraestrutura e o gerenciamento de aplicações de TI para parceiros especialistas. "O que vemos hoje é uma busca constante pela redução de custos operacionais por meio do que o mercado chama de 'descapitalização' das áreas de TI, ou seja, a entrega dos ativos de TI para empresas parceiras que, além da manutenção e gerenciamento do ambiente, passarão a absorver cada vez mais a responsabilidade pelos ativos dos clientes, transformando tudo em serviços", completa.
Vale ressaltar ainda que, diferentemente do que acontece na maioria dos mercados de hardware e software, dos dez maiores prestadores de serviços de TI no Brasil, quatro deles são empresas nacionais que têm evoluído rapidamente e aprimorado cada vez mais seus modelos de entrega. Já no segmento de consumo, PCs e Smartphones continuam sendo mercados bem interessantes.
"Destes US$ 18 bilhões de novas receitas que surgirão no mercado de TI até 2014, pelo menos US$ 5 bilhões serão provenientes do mercado de PCs e outro US$ 4 bilhões do mercado de smartphones" comenta Roveri. Em 2005, mundialmente, apenas 30% das vendas totais de PCs eram destinadas ao segmento residencial. Atualmente, mais da metade dos equipamentos produzidos já é para este segmento.
"No Brasil, a proporção de vendas de PCs para o segmento doméstico é ainda maior que a média mundial. O aumento no poder de compra da classe C tem contribuído significativamente para o crescimento desta fatia do mercado nacional" complementa. Segundo ainda a IDC é importante observar também o crescimento das vendas de notebooks que, cada vez mais, tomam lugar dos tradicionais desktops.
"Temos percebido uma desaceleração na queda do preço dos equipamentos nos últimos dois anos. Por outro lado, a evolução no mix de produtos ofertado no ponto de venda tem feito com que o consumidor possa comprar hoje um equipamento muito melhor e mais potente por um preço semelhante ao do equipamento básico do passado", acrescenta o analista.
Com as novas projeções, o Brasil passa a fazer parte da lista dos 10 países que mais investem em Tecnologia da Informação no /mundo, ocutpando a nona posição, à frente da Austrália. "Apesar de representar apenas 2,1% dos gastos mundiais com TI e enfrentar fortes desafios com infraestrutura e a alta carga tributária, estamos bem posicionados. Apenas Brasil e China figuram como países emergentes nesta lista e, quando observamos as taxas de crescimento médias projetadas para os próximos quatro anos, dentro do grupo dos dez maiores, o Brasil passa da nona para a segunda posição como País que cresce mais rápido em investimentos em TI, perdendo apenas para a China" analisa.
Site: Convergência Digital
Data: 30/07/2010
Hora: 16h20
Seção: Negócios
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