Questões contratuais atrasam projetos de cloud computing

05/08/2010

A falta de melhores práticas e de regras para os provedores de serviços geram insegurança nas empresas que analisam a adoção do modelo.

Na última semana, a Amazon foi pivô de uma polêmica a respeito da oferta de cloud computing (computação em nuvem). Ao que tudo indica, a indústria farmacêutica Eli Lilly decidiu não expandir o contrato para o uso dos serviços da provedora, depois que a fornecedora se recusou a assinar um acordo de responsabilidade legal pelos dados armazenados.

A polêmica trouxe à tona um problema que, desde o princípio, tem sido apontado no modelo de cloud computing: a confiança no provedor do serviço. Isso porque, quando uma organização fecha um contrato de alguns milhares ou até milhões de dólares, espera que, em contrapartida, tenha segurança de que o fornecedor vai cumprir todas as regras e não deixará que os dados da empresa estejam impostos a riscos.

Para o analista da Tier1 Research, Phil Shih, situações como as enfrentadas pela Eli Lilly tendem a se repetir cada vez mais.“Estou convencido de encontrar esse tipo de problema toda vez que as empresas pressionarem por serviços e contratos mais detalhados de cloud computing”, avalia.

Na mesma linha, o analista da empresa de pesquisas RedMonk, Michael Cote, considera que falta ao mercado de cloud computing a definição das melhores práticas e das obrigações legais dos fornecedores. E ele considera que ainda levará algum tempo até a indústria chegar a um consenso no que se refere aos contratos.

Cote compara o que está ocorrendo hoje com os serviços em nuvem ao que aconteceu com o início do open source, há mais de uma década. Inicialmente, as empresas proibiram o uso dessas plataformas. “Levou entre 10 e 15 anos para o mercado encontrar um padrão. Hoje em dia, todos sabem como usar essa plataforma e é raro haver qualquer problema”, diz.

Enquanto isso, questões de cunho legal como garantias em casos de falhas irão desacelerar muitos projetos de computação em nuvem. “Cada vez mais ouço das pessoas dizendo que não migram para o modelo porque a companhia não permite”, diz o analista da RedMonk. Normalmente isso denota insegurança por parte das empresas, no que tange ao alinhamento entre as políticas da empresa e uma série de outras questões ligadas à segurança e à legislação.

Site: Computerworld
Data: 04/08/2010
Hora: 08h45
Seção: Negócios
Autor: ------
Link: http://computerworld.uol.com.br/negocios/2010/08/03/questoes-contratuais-atrasam-projetos-de-cloud-computing/