Estudo aponta que 36,9% das executivas se destacam por tarefas que dependem do trabalho em equipe, enquanto que o índice cai para 19% no caso dos homens.
No universo das mil maiores empresas do mundo, o número de mulheres que ocupam a posição de CIO ou vice-presidente de TI saltou de 12%, em 2007, para 16,4%, no último ano. O dado foi divulgado pela consultoria de recrutamento Sheila Greco Associates. De acordo com o mesmo levantamento, apesar do aumento de participação das profissionais do sexo feminino, ainda é raro encontrar uma mulher em cargos técnicos, como a diretoria de infraestrutura.
A pesquisa informa que 36,9% das mulheres que ocupam cargos de liderança na área de TI se destacam nas tarefas que dependem do trabalho em equipe, enquanto que esse índice cai para 19% entre os homens na mesma posição. Em contrapartida, 81% dos CIOs do sexo masculino ganham projeção por suas contribuições individuais, enquanto que, no caso das representantes do sexo feminino, esse índice é de 63,1%.
Para a vice-presidente de pesquisas e de programas executivos do Anita Borg Institute, Caroline Simard, não são os diferenciais que têm levado as mulheres à posição de liderança em TI e, sim, os exemplos. “Algumas jovens, quando observam cada vez mais executivas em cargos de liderança, se sentem encorajadas a buscar oportunidades de crescimento profissional”, afirma a executiva. “E, uma vez em posição de destaque dentro das organizações, essas profissionais promovem a entrada de mais mulheres para a companhia”, completa.
A atual CTO da Cisco Systems, Padmasree Warrior, convive em um ambiente em que mulheres tomam decisões e ocupam vários cargos de alto escalão. Mas nem sempre foi assim. “Quando iniciei a carreira, na indústria de semicondutores, como engenheira de produção, entre milhares de engenheiros, havia apenas três ou quatro pessoas do sexo feminino”, relata. Ainda segundo ela, as profissionais eram obrigadas a mudar a maneira de agir, de falar e, até mesmo, de se vestir, para se adequar a um ambiente predominantemente masculino.
Essa pressão explica, em parte, o fato de que 74% das mulheres que trabalham no segmento de TI adoram o que fazem, mas estão propensas a deixar a carreira muito mais fácil do que os homens. Para a CIO e vice-presidente de inovação, tecnologia e serviços da companhia de seguros Aetna, Meg McCarthy, essa situação se deve ao fato de que o profissional de tecnologia da informação precisa estar o tempo todo envolvido com o trabalho, o que dificulta um equilíbrio entre vida profissional e pessoal.
A própria Meg admite que só consegue manter seu cargo pelo fato de estar solteira e não ter filhos. Não à toa, 33% das gestoras de TI consultadas pelo estudo do Anita Borg Institute apontam que postergaram a maternidade, por conta das pressões profissionais.
A vice-presidente executiva e responsável por conduzir áreas de risco e de conformidade do banco Wells Fargo Inc., Kerri Grosslight, informa que outra peculiaridade com a qual as mulheres precisam lidar se quiserem alcançar o topo na carreira é o comportamento agressivos por parte de colegas de trabalho. “Eu não conseguia me ver agindo daquela maneira”, cita a executiva, ao considerar que as profissionais tendem a expor suas opiniões de maneira menos impositiva do que os homens, quando estão na mesa de negociação com o board.
Oportunidades de carreira
O estudo do Anita Borg Institute aponta também que, em grandes empresas, há uma chance maior das profissionais do sexo feminino ocuparem uma posição de liderança. Enquanto que nas companhias de menor porte, os executivos tendem a priorizar homens para esses cargos.
Uma das justificativas para que as mulheres tenham mais oportunidade nas grandes corporações é o fato de que muitas delas apresentam políticas de desenvolvimento profissional que respeitam as peculiaridades das executivas. Além disso, apresentam condições mais flexíveis para que as executivas conciliem vida pessoal e profissional.
Site: Computerworld
Data: 11/08/2010
Hora: 7h
Seção: Carreira
Autor: ------
Link: http://computerworld.uol.com.br/carreira/2010/08/11/mulheres-assumem-um-espaco-maior-nos-departamentos-de-ti/