Uma pesquisa divulgada durante o Gartner Symposium 2010, realizado esta semana em São Paulo, revela que os orçamentos de TI permanecem inalterados em 2010. Segundo o levantamento, que ouviu mais de 500 CIOs em todo o mundo, os gastos de TI permaneceram em linha com o planejamento realizado no final de 2009.
A análise aponta ainda que, em média, os gastos globais com TI crescerão modestos 1,1% em 2010, na comparação com o exercício passado. Mark McDonald, vice-presidente e chefe de pesquisas do Programa de Executivos do Gartner, afirmou que o crescimento é pequeno, mas que, apesar disso, os CIOs brasileiros levam vantagem sobre os seus pares em outras regiões do mundo.
“As condições econômicas estão alterando as prioridades dos CIOs para os gastos, pois eles precisam atualizar a infraestrutura que está sendo elaborada a partir dos orçamentos operacionais reduzidos”, comenta McDonald. “Os CIOs dos setores comercial e público pretendem aumentar os gastos de capital em 3% este ano e pagar por esse aumento com um corte de 1,3% nos orçamentos operacionais. Os CIOs acharam que não podiam mais prorrogar as atualizações da infraestrutura e outros investimentos de capital, e isso foi financiado à custa dos orçamentos operacionais”, completa.
Segundo McDonald, os CIOs estão trocando um conjunto de itens dos orçamentos por outros, o que indica potenciais aumentos nas atuais compras de equipamentos dos setores corporativo e governamental.
“O tamanho certamente importa em termos do panorama do orçamento de TI,” diz McDonald. “Organizações menores reportam porcentagens de crescimento dos orçamentos de TI significativamente mais fortes do que suas colegas maiores. Quanto maior a organização, mais apertado é seu orçamento de TI em geral, e as despesas operacionais com TI em particular.
Esta é a tendência que observamos desde 2008, quando as organizações de TI de maior porte começaram a reduzir suas exigências de recursos através da consolidação, eliminação de desperdícios e outras medidas. Os CIOs das organizações maiores indicam que as oportunidades nessa área permanecem”, finaliza.
A visão dos CIOs sobre o futuro melhorou desde o início do ano, com mais de 40% vendo alguma forma de recuperação econômica. Porém, o estudo, que questionou os CIOs sobre seus panoramas econômicos, mudanças nos planos de gastos e prioridade dos gastos, indicou que 60% dos entrevistados continuam a ver desafios econômicos.
O estudo descobriu ainda que as indústrias mais fortemente atingidas pela crise financeira global em 2008 e 2009 mostraram sinais de recuperação na primeira metade de 2010. CIOs dos setores de varejo, serviços financeiros e manufatura que responderam ao estudo, indicaram um crescimento modesto para os orçamentos de TI durante a primeira metade do ano. Indústrias como as dos setores de serviços públicos e saúde estão passando por uma profunda mudança estrutural e continuam a investir em TI, independentemente do panorama econômico. Os CIOs do setor governamental e da indústria da educação reportaram declínios orçamentários em virtude das condições econômicas não tão favoráveis.
Independentemente do porte, geografia ou indústria, a visão tradicional de um orçamento de TI como uma despesa administrativa planejada está mostrando sinais de fraqueza nesse ambiente econômico. No passado, as companhias finalizavam seus orçamentos de TI no último trimestre do ano fiscal. Embora 49% dos CIOs tenham reportado que seus orçamentos seguiram esse padrão, muitos não o fizeram. 26% dos CIOs reportaram que seus orçamentos de TI haviam sido finalizados no primeiro trimestre de 2010, e 11% dos CIOs disseram que seus budgets não haviam sido finalizados de forma alguma. Isto indica que os gastos com TI devem responder às condições dinâmicas dos negócios.
Site: Convergência Digital
Data: 15/09/2010
Hora: 13h
Seção: Negócios
Autor: Fernando Ângelo
Link: http://convergenciadigital.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=23732&sid=5