Especialista americano critica dependência nacional da Petrobras
John C. Cuttino, da Câmara do Comércio de Houston, um dos participantes do painel “Demandas e oportunidades do mercado de petróleo”, disse que os testemunhos das pessoas pedindo acesso à Petrobras demonstram como o empreendedorismo brasileiro fica dependente dos “campeões” nacionais.
“Houston tem muito interesse em ajudar na internacionalização da pequena empresa aqui no Brasil. Talvez elas precisem de uma solução ou alguém que tem capital e que não está no país. Houston é a capital da energia, podemos contribuir com o B2B e oferecer uma solução global para os clientes globais – Brasil, Oriente Médio, Mar do Norte, todos esses hot spots da cadeia Oil&Gas.”
“O acesso a um mercado como o brasileiro por meio de uma parceria joint-venture, disse, é muito melhor do que começar do ponto zero e, se for feito positivamente, não divide mercado”. Para Cuttino, uma pequena iniciativa, mas que deve ser regular, é estar sempre presente nos eventos da área. “As metodologias de comercialização internacional têm sido discutidas em feiras, como hoje discutimos aqui. E os contatos podem acontecer mais diretamente”, concluiu.
Álvaro Moreira, consultor da Riosoft, está ciente das dificuldades financeiras e de organização das empresas de TI e diz que o objetivo do encontro foi justamente gerar alianças. “O pequeno empresário deve saber que existem caminhos para se apresentar às grandes empresas e que o mais curto é através da academia. Lá ele aprende a se organizar, melhorar sua gestão e a abordar o mercado. Nós temos alguns bons polos, como o do Fundão, o Polo de Alagoas, mas, quando chega nessa hora, o processo emperra. Um dos maiores erros é já se sentir qualificado por estar no mercado e não voltar mais à academia.”
Marcos Huber, sócio-diretor da Decision Support, é um bom exemplo. Há mais de dez anos no mercado, mesmo integrando a Incubadora Tecnológica Gênesis, da Puc-Rio, presta serviços à Petrobras desde que inaugurou seu negócio, praticamente por obra do destino. “A Petrobras é uma empresa muito boa para nós, prestadores de serviços. Consegui desenvolver metodologias inovadoras desde que comecei a trabalhar com a companhia, mas o acesso é realmente muito difícil. Todos os trabalhos que fiz foram por algum evento fortuito ou porque uma pessoa ocupava uma gerência e foi para outra e precisava do mesmo trabalho de análise risco, que é a nossa especialidade”.