No mundo, 90 projetos-piloto buscam melhor caminho para o smart grid

08/10/2010

Cerca de 90 projetos-piloto de smart grid estão sendo desenvolvidos em todo mundo atualmente. E um relatório sobre eles elaborado pela Accenture e pelo Fórum Econômico Mundial sustenta que é necessária maior colaboração dos órgãos reguladores para acelerar os investimentos na rede inteligente.

A questão de como viabilizar os investimentos é claramente crucial – no Brasil, ela tem especial destaque no grupo de trabalho que busca desenhar uma política pública de smart grid para o país. Nas contas da Agência Internacional de Energia, os próximos 20 anos vão exigir investimentos de U$ 13 trilhões em todo o mundo na modernização das redes de energia elétrica.

“As diretrizes regulatórias devem ser modificadas para recompensar investidores pelos riscos enfrentados e, com isso, estimular os prestadores de serviços públicos a integrar várias tecnologias com baixa emissão de carbono, demonstrando o estado da arte para o uso das redes inteligentes”, sustenta o diretor para Serviços de Smart Grids da Accenture, David M. Rouls.

“Para que um projeto de smart grid seja um investimento confiável para as prestadoras de serviços públicos de eletricidade e outras empresas, os casos de real ganho para os negócios precisa ser evidenciado em muitos países – para isso, a regulamentação será a chave. Ao agir agora, os legisladores podem aumentar as chances de sucesso e evitar que a infraestrutura de energia transforme-se um gargalo”, emenda o diretor sênior e chefe para Energia do Fórum Econômico Mundial, Roberto Bocca.

O relatório também chama a atenção para a criação de um novo ambiente de mercado com o smart grid. Em especial, ele atrai as empresas de telecomunicações que consequentemente têm potencial para agregar maior valor à cadeia de serviços. Há diversos exemplos de como isso se dá, sendo os mais comuns como fornecedoras das tecnologias de comunicação – construindo redes wireless, valendo-se da tecnologia WiMax, ou mesmo com a instalação de fibras ópticas.
Menos representativas, mas também existentes, são casos como o da cidade da Chattanooga, no sul dos Estados Unidos, na qual a modernização da rede elétrica promete garantir a todos os moradores acesso à internet na, pelo menos por enquanto, impressionante velocidade de 1 Gbps.

Na prática, os diversos países e empresas que adotaram projetos-piloto de redes inteligentes ainda estão tateando um terreno desconhecido. Estima-se que o smart grid possa gerar ganhos de eficiência de até 15%, enquanto o consumo poderia ser reduzido entre 5% e 10%.

Mas um dos pontos evidenciados no estudo é a necessidade de garantir aos consumidores benefícios mais claros. Sem contar um certo temor com a segurança das informações. Num dos casos estudados, na Holanda, percebeu-se que os consumidores temiam que os funcionários das concessionárias de energia pudessem perceber quando há consumo de energia nas residências – e portanto identificar os momentos em que as casas estão vazias.

Site: Convergência Digital
Data: 07/10/2010
Hora: 15h55
Seção: Telecom
Autor: Luís Osvaldo Grossmann
Link: http://convergenciadigital.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=23977&sid=8