Virtualização de ambientes exige reorganização da gestão de TI

25/11/2010

Se quiserem adotar o conceito para atingir o resultado esperado, cabe às empresas abrir mão do modelo de gestão atual.

Observamos sinais evidentes há alguns anos, e, por forças das implicações que geram na estrutura organizacional das empresas, vamos ignorando essas evidências. Mas a verdade é que: se realmente quisermos otimizar as oportunidades oferecidas por virtualização e computação em nuvem, teremos de repensar a forma em que os recursos de TI são aplicados nas empresas.

Afinal de contas, ambientes virtualizados representam a união entra armazenamento, ambiente de rede e aplicativos. É possível gerir esse contingente de recursos com base em equipes de TI separadas e concentradas cada uma em um determinado segmento, mas nem de longe, é a forma mais apropriada.

Previsão
Permanecer preso ao modelo de gestão atual traz uma conseqüência pior ainda: ela inibe o uso otimizado dos recursos disponíveis. De acordo com determinados observadores do segmento, as empresas irão se deparar com uma barreira, assim que tiverem entre 20 e 40% de sua estrutura virtualizada. Essa barreira será fruto de imposições técnicas que as organizações não têm como atender. A saber: estrutura de gestão, experiência para enfrentar as questões de backup e restauro de dados, além de políticas de alinhamento com padrões exigidos. Já é um desafio dar conta dessas questões quando funcionam de forma descentralizada. Gerir o agrupamento da rede, de dados e de processamento quando estes vagam pela rede impõe outros riscos.

Todavia, não há uma receita pronta que atenda a todos os casos. Acrescente-se a isso o fato de a reestruturação trazer consigo a inevitável desaceleração – passageira – da empresa e pronto, fica claro porque o assunto é evitado nas salas de reunião.

Uma empresa que encarou essa questão de frente foi a Cisco. O vice-presidente de serviços de rede e de serviços de dados da empresa, John Manville, tinha sob seu controle uma equipe de 450 funcionários todos separados por áreas de atuação específicas, iguais as mencionadas acima.

Desperdício
“O resultado dessa estrutura era um design segmentado e subutilizando a tecnologia disponível”, afirma Manville. “A rede era voltada apenas à ligação entre ambientes e os servidores de aplicativos ao abastecimento de plataformas para suportar a entrada de dados. Ocorre que, como sistema integrado, deixava a desejar. Foi quando decidimos mudar isso.”

Monta e desmonta
Os passos seguintes de Manville foram desmembrar as equipes que existiam e criar unidades novas. “Criamos uma equipe de design, uma de arquitetura, uma divisão para implementação e , finalmente, uma operacional”, diz. “As equipes formam uma estrutura de serviços horizontal. Logo, a rede tem uma equipe de suporte própria e quem responde por esse ambiente mantém contas virtuais nos outros grupos. Sua atribuição é assegurar o correto funcionamento desejado em todos os ambientes”, afirma Manville.

Medos
Segundo ele, a operação toda levou mais de um ano. “E posso afirmar que um dos principais problemas consistia em preocupação de colaboradores referentes à suas atribuições e ao emprego”, informa.

Mesmo assim, Manville acredita que o projeto esteja funcionando de maneira satisfatória. “Acho que, na verdade, as pessoas compreenderam que suas atribuições foram modificadas de maneira positiva e trazem maior participação no andamento da organização”, celebra.
Manville conclui ao dizer que “Não é perfeito, mas é melhor organizado e nos deixa preparados para a virtualização”.

Site: CIO
Data: 24/11/2010
Hora: 07h47
Seção: Tecnologia
Autor: John Dix
Link: http://cio.uol.com.br/tecnologia/2010/11/24/virtualizacao-de-ambientes-exige-reorganizacao-da-gestao-de-ti/