Para o Hackett Group, em 2014 haverá apenas dois milhões de empregos de “back office” em TI nos EUA e na Europa. Metade dos quatro milhões atuais.
Em momentos econômicos positivos, como os dos últimos meses na Europa e Estados Unidos, cerca de 3% a 4% dos orçamentos de TI, em média, são gastos com “offshore outsourcing”. Hoje, os departamentos de TI alocam uma média de 5% do seu orçamento no “offshoring” e essa atribuição deve subir para 7% em 2011, segundo Jerry Luftman, professor do Stevens Institute of Technology da Howe School of Technology Management, em Hoboken, que realiza uma pesquisa anual sobre orçamentos de TI para a Society for Information Management (SIM), em Chicago.
O offshoring é necessário para a sobrevivência de muitas empresas, afirma Michel Janssen, diretor de investigação do Hackett Group, consultoria de negócios com sede em Miami.“Se não é competitivo num cenário global e a sua estrutura de custos é muito alta e você paga muito bem à sua equipe, então você não vai sobreviver”, acrescenta. Razão pela qual, segundo o Hackett Group, muitas empresas americanas e européias estejam reduzindo perigosamente sua força de trabalho de “back office” em TI.
Usando dados de seus próprios clientes e de outras fontes, o Hackett examinou as tendências de contratação em empresas de capital aberto dos EUA e da Europa com receita anual de 1000 milhões de dólares ou mais, e concluiu que, em 2014, haverá apenas dois milhões de empregos de “back office” em TI nos EUA e na Europa – metade dos quatro milhões atuais.
O Hackett Group define o trabalho de “back office” como uma posição que apoia diretamente as empresas de TI na gestão dos centros de dados e de sistemas de informação empresariais. Fabricantes, desenvolvedores, consultores e outros profissionais não estão incluídos no subconjunto da força de trabalho das TI avaliado pela consultoria.
Segundo Janssen, por conta do “offshoring” as empresas cortaram as posições mais baixas em TI mas, ao fazê-lo, começam a criar um novo problema, perdendo muitos dos seus futuros gestores seniores de TI.
O maior desemprego ocorreu em 2009, com uma perda líquida de 311 mil postos de trabalho em “back office” de TI nos EUA e na Europa, segundo dados do Hackett Group. E a recuperação da economia não provocou uma onda de contratações. Ao contrário. Muitas empresas continuaram cortando posições, mudando os empregos para o exterior para pouparem entre 30% a 70% nos custos de trabalho por um breve período, às vezes tão rápido quanto um trimestre, diz Janssen. As empresas conseguem o máximo de poupança ao optarem pelo “offshoring” nas posições de entrada, acrescenta.
O Hackett Group chama a expectativa de redução de pessoal de TI de “nova realidade. Não é bom se é um empregado à procura de emprego nesse momento, se você reside na Europa ou nos Estados Unidos, a menos que tenha algum tipo de capacitação técnica acima da média.
"Os trabalhadores das TI vão precisar mais do que simples habilidades técnicas, diz o professor Jerry Luftman. Do ponto de vista do empregador, “se o profissional oferece apenas competências técnicas, posso simplesmente ir lá fora para obter o mesmo serviço muito mais barato”, acrescenta Luftman. "Mas ainda existem grandes oportunidades de emprego a curto prazo, nos Estados Unidos e em qualquer lugar do mundo. E, no futuro próximo, essas oportunidades de emprego qualificado não só continuarão como deverão aumentar, já que tudo estará muito mais dependente das TI”, finaliza o professor.
Site: Computerworld
Data: 07/12/2010
Hora: 08h21
Seção: Carreira
Autor: ------
Link: http://computerworld.uol.com.br/carreira/2010/12/07/consultoria-americana-culpa-offshoring-por-queda-do-emprego-em-ti/