Brasil envia 5,6% de todo o spam do mundo, aponta relatório

09/12/2010

Estudo da MessageLabs destaca país tanto no número de PCs infectados por malwares como pela quantidade de spam enviada por meio de botnets.

A MessageLabs, da Symantec , acaba de lançar seu relatório anual de segurança. E o cenário que se vê não é bonito, nem para o Brasil - que se destaca no envio global de spam e no número de PCs infectados por botnets - nem para o mundo.

Divulgado nesta terça-feira (7/12), o MessageLabs Intelligence: 2010 Annual Security Report destaca não apenas a predominância do malware em 2010, como traz indicações desconcertantes do que teremos de enfrentar em 2011.

Tal como o último relatório da McAfee, o relatório de segurança da MessageLabs destaca que 2010 foi marcado pelo surgimento de um número alarmante de malwares.

Em comunicado, a MessageLabs explica: “Em 2010 houve mais de 339.600 malwares diferentes identificados em e-mails maliciosos bloqueados, o que representou um aumento de mais de 100% na comparação com 2009. Esse aumento em massa se deve ao crescimento das variantes polimórficas dos malwares, gerados tipicamente a partir de kits de ferramentas que permitem criar uma nova versão do código para distribuição fácil e rápida.”

Ninho de malwares
Duas das revelações da MessageLabs são indicadoras de uma tendência geral em malware. Primeiro, à medida que empresas e consumidores continuam a migrar para a nuvem, e à medida que usuários passam mais tempo online – seja no PC, laptop ou smartphone – a web emerge como principal plataforma de ataques.

O relatório da MessageLabs dá mais detalhes: “Para 2010, o número médio de novos sites maliciosos bloqueados por dia aumentou para 3.066, um aumento de 24,3% em relação aos 2.465 de 2009. A inteligência da MessageLabs identificou ameaças  maliciosas em 42.926 domínios diferentes, e a maioria era composta de domínios legítimos que foram comprometidos.”

A MessageLabs também identifica uma tendência preocupante em relação às botnets. Essas redes são pervasivas, versáteis e resilientes, e permitem que PCs comprometidos sejam usados para executar diversas tarefas maliciosas, da distribuição de spam a ataques de negação de serviço distribuído (DDoS).

Botnet para spam
Segundo o relatório, quase metade do spam enviado no mundo (47,5%) tem origem numa botnet chamada Rustock. A rede dispara 44,1 bilhões de spams por dia e os principais países com PCs infectados são EUA (17%), Brasil (7%) e Índia (7%).

O Brasil aparece também como uma das três principais origens de PCs infectados nas botnets Maazben (responsável por 5,2% do spam enviado no mundo) e Mega-D (2,3% do spam). No total, as botnets despejam diariamente na Internet 71,1 bilhões de spams.

O relatório da MessageLabs ressalta que, em quase todo o mundo, os spams são escritos em inglês. A única exceção é o Brasil. Aqui, 33% do spam enviados para internautas brasileiros em 2010 foram escrito em português – e, em 2011, essa fatia deverá crescer para 40%, prevê  a empresa. “O Brasil é o único país examinado em que a língua mais comum não é ‘desconhecido’ nem inglês”, afirma o documento. As mensagens em inglês respondem por 25,6%.

Além de receber, o país também envia bastante spam. “O Brasil é uma grande fonte de spam enviado por botnets”, diz o relatório. “O Brasil tem 2,9% da população global e 3,8% dos usuários de banda larga do mundo, mas envia 5,6% do spam mundial. Um em cada 239 usuários de banda larga do País faz parte de uma botnet.”

Comandos dissimulados
Se já são nefastas hoje, as botnets serão ainda mais perigosas em 2011, aponta a MessageLabs. “Prevê-se que em 2011 os controladores de botnets empregarão técnicas de esteganografia para controlar seus computadores. Com isso, os comandos para a botnet seriam escondidos em materiais à vista de todos – talvez em imagens ou arquivos de música distribuídos por meio de sites de rede social ou de compartilhamento de arquivos.

Esta técnica permitirá que os cibercriminosos enviem instruções de maneira dissimulada a seus botnets, sem se apoiar em um provedor de acesso para hospedar sua infraestrutura – e, assim, reduzir as chances de descoberta.

De modo geral, não há mais revelações no relatório do MessageLabs. Mas o fato de que outra fonte está indicando a ameaça crescente de ataques de precisão com alvos definidos, malwares com origem na web e a ascensão das botnets já serve de razão para administradores de TI prestem atenção e trabalhem na implantação de políticas e ferramentas para se proteger contra técnicas emergentes de ataques

Site: IDG Now
Data: 07/12/2010
Hora: 18h48
Seção: Segurança
Autor: ------
Link: http://idgnow.uol.com.br/seguranca/2010/12/07/brasil-envia-5-6-de-todo-o-spam-do-mundo-aponta-relatorio/