Para implantar a tecnologia, é necessário passar por uma curva até alcançar a maturidade.
Os benefícios econômicos incontestáveis da computação em nuvem para certas aplicações de negócios motivam as empresas a construir a própria nuvem, no modelo privado. No entanto, elas precisam ter a certeza de que estão prontas para abraçar o conceito.
De acordo com o vice-presidente sênior de estratégias de TI e arquitetura empresarial da ING Americas, Alan Boehme, a análise inicial deve levar em conta pessoas, governança, preços e disponibilidade tecnológica.
As organizações precisam também ter maturidade na adoção de virtualização antes de ter o que é necessário para enfrentar os desafios da nuvem privada, acrescenta o vice-presidente e analista da Forrester Research, James Staten. "Atingir essa maturidade é um processo de quatro passos, que consiste em convencer os usuários resistentes sobre a virtualização, implantá-la seriamente, otimizar as taxas de uso do pool de servidores e, então, criar incentivos para encorajar o compartilhamento de infraestrutura virtual em toda a corporação”, explica.
Durante o primeiro passo, que já foi completado pela maioria dos departamentos de TI, a equipe de tecnologia implora aos desenvolvedores dentro da organização que experimentem a tecnologia. O próximo passo é demonstrar como é fácil ter uma máquina virtual descartando o processo de aprovação que era necessário para máquinas físicas.
Segundo Staten, essa é a fase do heroísmo, pois é quando se enxerga a área de TI reduzindo tempo e custo de disponibilização de novos recursos e quando a taxa de atividade por servidor físico aumenta.
Na terceira fase, essa taxa perde relevância e quem entra em cena é a taxa de utilização de recursos em todo o pool de servidores físicos, com métricas bem definidas. Durante essa fase, ferramentas e procedimentos devem estar redondos para minimizar a existência de máquinas virtuais sem uso e ineficientes. Assim, otimizam-se recursos.
Na fase final, convencer a todos de que o compartilhamento de recursos é a melhor coisa para a empresa envolve a demonstração das diferenças dramáticas no processo de autorização e disponibilização de servidores físicos (várias semanas), em relação ao mesmo processo com máquinas virtuais (um dia a uma semana), mostrando os benefícios que isso traz para os negócios. “Quando a empresa tiver um pool central de servidores compartilhado entre todas as unidades de negócios, está pronta para adotar a nuvem privada”, diz Staten.
E nas empresas que ainda não alcançaram esse grau de maturidade, sempre há maneiras mais rápidas, segundo Boehme. O departamento de TI pode estreitar relacionamentos com um fornecedor de serviços de nuvem para conseguir contratar uma nuvem dedicada. Isso alivia muitos dos problemas que podem haver no caminho de criar uma nuvem pertencente e mantida pela companhia.
Além da virtualização
Passar pelas etapas da virtualização é comprovadamente importante, mas segundo Boehme há mais questões a serem endereçadas. Uma delas é a qualificação da equipe de TI, que precisa se tornar mais generalista, com um conhecimento geral de infraestrutura e de negócios. “É importante que as pessoas saiam da caixa da especialidade. Muitos dos profissionais que as companhias já possuem estão prontos para a transição, só precisam de uma gestão adequada, que os encoraje”, afirma.
E, caso esteja contratando durante a transição para nuvem privada, a empresa deve considerar candidatos mais jovens, porque eles cresceram com a tecnologia e não estão trancados em pensamento tradicional de viabilização de serviços de TI.
Além disso, a empresa deve desenvolver regras centralizadas para o ciclo de vida do desenvolvimento de software e para a tomada de serviços. Na nuvem privada, usuários podem tomar seus próprios recursos. Então é necessário políticas para um uso adequado dessa prerrogativa.
Os departamentos de TI também devem estabelecer transparência financeira para que todos saibam quanto estão gastando. Cada departamento gasta por minuto, por processamento e por megabyte e todos devem ter familiaridade com isso. Por depender de vários fatores, os preços flutuam, questão que também deve ser compreendia por todos.
Uma vez pronto para a nuvem privada, resta escolher as aplicações certas para implantar. A diretora de TI da U.S Golf Association, Jessica Carroll, dá um exemplo. Ela planejava o uso de um aplicativo de mídia, mas não tinha ideia do tráfego que seria gerado. A solução foi recorrer a um provedor de nuvem pública, que aceitou fornecer uma nuvem privada, com engenheiros capazes de responder rapidamente às necessidades extras.
Ao escolher esse fornecedor, Carrol, recomenda visitá-lo pessoalmente para verificar os recursos e o nível de serviço. “A viagem vale a pena. Faz com que a empresa reconheça tudo o que existe no contrato escrito”, afirma.
Site: Computerworld
Data: 03/01/2011
Hora: 13h52
Seção: Gestão
Autor: ------
Link: http://computerworld.uol.com.br/gestao/2011/01/03/prioridades-para-2011-nuvem-privada/