As principais prestadoras de serviços de comunicação via satélite no Brasil - Arycom e Tesacom - estão disponibilizando pessoal técnico e equipamentos para prover telefonia e transmissão de dados à Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro. Também estão dando suporte às empresas de infraestrutura - teles, energia e água - que tiveram suas redes bastante danificadas pela chuva na Região Serrana. Operação utilizada no Rio é semelhante à da Força de Paz, da ONU, e da feita no Haiti, durante o terremoto do ano passado.
A tragédia que abateu as cidades de Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis (Itaipava)- é a maior já registrada na história do estado do Rio de Janeiro com mais de 500 mortes contabilizadas e ainda há muitos desaparecidos - mostrou a fragilidade de serviços de infraestrutura. Companhias de energia, água e telecomunicações tiveram seus serviços interrompidos.
As redes de telefonia, além de problemas com suas próprias infraestruturas, também foram e ainda são impactadas pela falta de energia prolongada. Até o momento, mais de 48 horas após a tragédia, os serviços quando funcionam, são de forma precária. Para atender ao pedido da Defesa Civil - sem qualquer tipo de comunicação - a Arycom e a Tesacom do Brasil estão fornecendo os seguintes equipamentos: IsatPhone Pro, telefone satelital portátil para comunicação de voz e sms, um pouco maior que um celular comum, e a solução BGAN (Broadband Global Area Network - Banda Larga Móvel Global) - solução fornecida para transmissão simultânea de voz e dados em banda larga por meio de um único aparelho portátil.
"Estamos indo para Petrópolis, também bastante atingida, para atuar ao lado do Exército e da Defesa Civil", revela em entrevista ao Convergência Digital, o coronel do exército Lamartine Barbosa Holanda. A Tesacom também está dando suporte à Embratel, para o restabelecimento das suas atividades na área. Trabalho semelhante está sendo feito pela Arycom, que também atende diversa empresas entre elas, Oi,Embratel, Band e CBN.
Para Ciro Chudo, diretor Comercial da Arycom no Brasil, o momento é o de juntar forças e trabalhar de forma humanitária. Mas ressalta que é preciso também pensar que tragédias provocadas pela chuva, infelizmente, se repetem ano após ano. A ideia, segundo ele, é montar um gabinete de gerenciamento de comunicações, com a aquisição de equipamentos pelas gestões Federal, Estadual e Municipal.
E cita um exemplo positivo da medida. "As Forças Armadas estão contratando o serviço de comunicação via satélite por licitação. Há concorrência e é possível se chegar a preço/qualidade desejada. O Exército está mapeando a região do Amazonas com comunicação via satélite. Ela é um meio ideal. As gestões estaduais e municipais precisam entender a sua necessidade e se poderia, inclusive, ter uma compra em âmbito nacional unido todos os poderes", destacou.
Indagado sobre o elevado custo das comunicações via satélite - sempre apontado como um dos fatores para o uso menor da tecnologia no pais - Ciro Chudo diz que hoje isso é um mito a ser desmitificado. "Os nossos terminais custam menos do que um iPhone hoje e têm custo em torno de R$ 2000,00 e estão abaixo de um iPhone", compara.
"Já com relação ao custo do minuto, ele está em R$ 5,00. Esse valor já foi bastante elevado, mas hoje para uma emergência, sendo a única comunicação possível, ele fica bem dentro da realidade. Precisamos terminar de vez com esse mito que comunicação via satélite é onerosa", completou o diretor comercial da Arycom do Brasil.
Posição também defendida pelo coronel Lamartine Holanda, da Tesacom. "Não é mais caro. Já foi. E toda gestão e empresas voltadas para serviços públicos deveriam ter o serviço acessível para situações emergenciais". As empresas asseguram ainda que não há perigo de haver 'congestionamento' ou falhas na transmissão em função da alta demanda. Segundo os executivos, hoje, há como a Inmarsat, provedora satelital, fazer alocação dinâmica de capacidade específica para a região.
Site: Convergência Digital
Data: 14/01/2011
Hora: 15h55
Seção: Telecom
Autor: Ana Paula Lobo
Link: http://convergenciadigital.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=24833&sid=8