Falhas do MEC poderiam ser evitadas com política governamental de computação na nuvem

19/01/2011

As dificuldades de acesso ao site do Sistema de Seleção Unificada (SISU), enfrentada por milhares de estudantes nos últimos dias, seria contornada se o Ministério da Educação pudesse contratar capacidade de outros órgãos da Administração Público, com uso ocioso nesse período de férias. Faltou também planejamento da área de Tecnologia da Informação do MEC. O acesso ao portal segue bastante precário, a maior parte das vezes, não há navegação.

Em função das falhas tecnológicas, o MEC foi obrigado a prorrogar o prazo de inscrição e o ministro, Fernando Haddad, passou por mais um desgaste da sua imagem no governo - o presidente do Instituto Nacional de Estudos de Pesquisas Educacionais (Inep),Joaquim Neto, foi demitido após mais problemas ligados ao ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio).

Do ponto de vista de TI, o SISU é um bom exemplo de erro de planejamento. O site não foi dimensionado para suportar 600 acessos simultâneos - um erro que oferece mais de 83 mil vagas universitárias no país. Uma das falhas foi não ampliar a capacidade de transmissão do portal - no mercado ou, até mesmo, junto ao Serpro, fornecedor de infraestrutura para a Administração Pública.

Essa contratação poderia ser mais efetiva se o Governo Federal adotasse uma política mais ágil com relação às inovações tecnológicas. Os serviços de computação na nuvem ainda estão sendo estudados para futura adoção. Em agosto passado, foi criado o Centro de Inovação e Computação em Nuvem, formado pelo Serpro, Dataprev, Telebrás, com suporte do Laboratório Nacional de Computação Cientifica (LNCC).

O objetivo dele é o de delinear as ações do governo na oferta de serviços para a Administração Federal, Estados e municípios, especialmente, nas ofertas de governo eletrônico. Mas o processo poderia ser mais ágil no quesito infraestrutura. Há servidores preparados para serem compartilhados, especialmente, no Serpro e na Dataprev.

No início deste ano, inclusive, conforme o próprio Convergência Digital divulgou, o Serpro dobrou a sua capacidade de transmissão de três para seis milhões de informações simultâneas apenas para atender os dados que circulam no Siscomex - Sistema Integrado de Comércio Exterior. O contrato firmado entre a Receita Federal e o Serpro ficou em torno de R$ 1 bilhão.

Ainda de acordo com reportagem publicada nesta terça-feira, 18/01, pelo jornal O Estado de São Paulo, no site da Receita Federal, o dia com maior tráfego em 2010 contou com 340,6 milhões de acessos, o que resulta numa média de 236.547 por minuto.

Na mesma reportagem, o professor da Unesp, João Paulo Papa, foi taxativo. " Parece que faltou se programar ( referindo-se ao SISU e as falhas do site). Esse tipo de serviço precisa de equipamentos robustos. A questão é que isso custa caro".

*Com informações do Jornal o Estado de São Paulo

Site: Convergência Digital
Data: 18/01/2011
Hora: ------
Seção: Cloud Computing
Autor: Ana Paula Lobo
Link: http://convergenciadigital.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=24860&sid=97