Equipamentos para amplificação do sinal de telefonia celular se adequam a modelos de negócios de operadoras, mas ainda há questões a serem resolvidas.
De acordo com executivos presentes no Mobile World Congress, em Barcelona, o uso de femtocells - pequenas estações para estender a cobertura do sinal de mobilidade em edificações - está crescendo rapidamente, puxada pelo mercado corporativo.
Segundo o líder do Femto Forum, associação que apoia o mercado de femtocells, Simon Saunders, um em cada três implementações do equipamento ocorrem em meios corporativos.
Há somente um ano atrás, o mercado era quase que exclusivamente doméstico.
Atualmente há 19 empresas com ofertas de femtocell em todo o mundo, de acordo com a empresa de pesquisa Informa Telecoms & Media. A operadora europeia Network Norway se juntará ao grupo, mas muito bem focada no mercado de grandes companhias.
As ofertas empresarias fazem mais do que somente melhorar o sinal em locais fechados. Segundo o gerente de marketing de produto da Alcatel-Lucent, David Swift, elas também direcionam tráfego de ligações diretamente para o PABX corporativo, de forma que os usuários possam receber mensagens de seus ramais direto nos celulares.
A cobertura aprimorada também permite o uso de videoconferência em um tablet com 3G.
"Não haveria mais a necessidade de ir a uma sala especial para realizar videoconferência ou ficar sentado em frente a um PC", diz Swift.
"Apesar disso, a melhoria de cobertura ainda é o principal atrativo", diz o gerente de produto da Ip Access, Chris Cox. "Fazer com que o telefone funcione dentro de edifícios continua sendo a prioridade. A tolerância por queda de ligações e redes de dados lentas está diminuindo", avalia.
Enquanto algumas empresas desencorajam profissionais a usarem seus celulares corporativos dentro do escritório por causa do potencial custo extra, algumas conseguem negociar condições especiais com operadoras ao comprar a femtocell. "A grande questão ainda é o modelo de negócios da área e como ele vai evoluir", diz o diretor de estratégia e desenvolvimento de negócios da Cisco, Jim Tavares.
Por exemplo, as empresas normalmente procuram uma demarcação clara entre sua propriedade e o da operadora. Segundo Tavares, isso pode ser um problema quando algumas operadoras querem permanecer donas das femtocells que instalam.
A precificação também é uma questão que varia de acordo com os prazos do contrato que a organização tem com a operadora. Swift diz que uma empresa pequena ou média pode até conseguir uma femtocell de graça em troca de um contrato agressivo de longo prazo para os funcionários. No entanto, a gratuidade do aparelho pode significar menos descontos para os aparelhos celulares.
Na seara tecnológica, o femtocells ainda enfrenta problemas. Segundo Cox, isso ocorre quando o sinal do femtocell se sobrepõe ao que vêm da rede macro. Dessa forma, é difícil forçar o aparelho a usar o sinal da femtocell. É uma questão de engenharia complexa.
Por essa razão, a maioria das femtocells corporativas é de livre acesso, o que significa que um não-funcionário próximo à companhia pode acabar usando o equipamento.
Além disso, em algumas regiões do mundo, incluindo os EUA, algumas operadoras são resistentes aos fabricantes de femtocells, que causariam interferência nas redes celulares.
Site: Computerworld
Data: 16/02/2011
Hora: 10h30
Seção: Telecom
Autor: ------
Link: http://computerworld.uol.com.br/telecom/2011/02/15/mercado-corporativo-alavanca-femtocells/