Débito Direto Autorizado ainda não chegou ao cidadão comum

02/03/2011

Pouco mais de um ano do lançamento do Débito Direto Autorizado, o serviço totaliza 5 milhões de cadastros. Desafio agora é atrair os cedentes.

Em outubro de 2009, o serviço de Débito Direto Autorizado (DDA) chegou ao mercado com a meta de substituir os tradicionais boletos bancários por cobranças eletrônicas. Idealizado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e operado pela Câmara Interbancária de Pagamentos (CIP),  ele já contabiliza 5 milhões de clientes cadastrados, o que representa uma movimentação de 230 milhões de boletos eletrônicos. A expectativa é saltar para 10 milhões em 12 meses.

Apesar desse avanço em números, o serviço ainda não é perceptível para o cidadão porque a adesão ainda não atingiu de forma efetiva escolas, condomínios, planos de saúde entre outros cedentes mais próximos do consumidor. O quadro ficará mais equilibrado com a entrada das concessionárias de serviços de água e luz, por exemplo, que ainda não podem utilizar o sistema por questões técnicas, que estão sendo estudadas pela Febraban.

No saldo atual, dos 5 milhões de cadastros, mais de 90% são de pessoa física, de acordo com Walter Tadeu de Faria, diretor-adjunto de Serviços da Febraban. “A aceitação das pessoas é notória. Agora estamos trabalhando para trazer os cedentes”, diz.

Mas o que é preciso para atrair esses personagens tão importantes ao elenco do DDA? O executivo explica que é preciso haver inicialmente uma negociação entre cedentes e bancos (32 em operação no DDA). “E nessa seara, a Febraban não participa. Apenas orientamos tecnicamente para que ela evolua e se efetive”, acrescenta e solicita: “Os sacados (pessoas físicas) devem ajudar nesse processo, pressionando seus cobradores.”

Márcia Ogawa, sócia da consultoria Deloitte no segmento financeiro, acredita que se os bancos acenassem com taxas mais atraentes e serviços diferenciados iria incentivar a adesão. Não acha que os sacados conseguirão mobilizar os cedentes.  “É, sem dúvida, um projeto arrojado, robusto e único no mundo. No entanto, requer ajustes e acordos que construam um círculo virtuoso”, afirma Márcia.

Site: IDG Now!
Data: 01/03/2011
Hora: 12h
Seção: Internet
Autor: Solange Calvo
Link: http://idgnow.uol.com.br/internet/2011/03/01/debito-direto-autorizado-ainda-nao-chegou-ao-cidadao-comum/