Indústria de software fatura mais de US$ 18,5 bilhões em 2010

04/03/2011

O faturamento da indústria brasileira de software e serviços foi superior a US$ 18,5 bilhões no ano passado, segundo números preliminares da Associação Brasileira das Empresas de Software (Abes), que apontam que em 2010 o mercado teve expansão superior a 20% na comparação com 2009, quando faturou US$ 15,3 bilhões.

Segundo o presidente da Abes, Gerson Schmitt, o avanço da indústria se manterá aquecido e também tende a ultrapassar a casa dos 20% neste ano. “No ano passado a indústria deve ter crescido mais de 20%, mas menos de 30%. Para este ano acredito que o aumento será de 25% a 30%. A demanda está em plena expansão e o momento econômico do país é muito bom”, aponta ele, citando que os dados ainda não foram totalmente fechados.

Apesar de comemorar o crescimento, o executivo salienta que não há no país uma geração de riqueza para o setor de tecnologia e que para esse cenário se alterar é necessário melhorar o custo brasil, ampliar a capacitação dos profissionais de TI e garantir uma maior definição da posição do governo, que é tanto cliente como concorrente das empresas de TI.

Schmitt afirma que a proposta conjunta das entidades Brasscom, Abes, Softex, Assespro, Fenainfo e Suceso, sobre um plano de ações para suprir as necessidades do setor no país não recebeu forte atenção no governo, que nada fez em relação ao tema. Entre as pedidas o destaque é para a alteração no regime de tributação dos encargos trabalhistas, que deixaria de representar 20% da folha pagamento e passaria a incidir no faturamento das companhias, com uma alíquota de 2% a 4%.

“O setor está unido e com o mesmo discurso, enquanto que o governo não tem tanta união e mantém discursos diferentes”, analisa o executivo, ressaltando que houve diversas reuniões entre as entidades e diversos ministérios e que mesmo assim a iniciativa não ganhou força no governo Lula.

Ele pontua ainda que as seis entidades irão realizar uma pequena reformulação na proposta e que farão uma nova investida junto aos ministérios do novo governo de Dilma Roussef. A expectativa de Schmitt é que haja uma postura mais positiva em relação a proposta das entidades para o setor nacional de TI.

O executivo critica ainda o atual modelo de contratação serviços de TI do governo, que concede preferência ao Serpro em licitações da administração pública federal no que se refere a compra de “serviços estratégicos”. Ele cita que com isso a receita da indústria privada deve ser impactada. “Isso pode representar a volta da reserva de mercado”, menciona.

Site: TI Inside
Data: 03/03/2011
Hora: 11h
Seção: News
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