Segundo dados da IDC, em 2011, 67% das instituições financeiras do Brasil, em especial os grandes bancos, dedicarão fatia do seu orçamento para explorar mais serviços na mobilidade, entre eles, o pagamento via celular. E Santander, Itaú e Bradesco confirmam que estão testando a tecnologia NFC (Near Field Communications). Inicialmente, ainda nos cartões de crédito, mas também já vislumbram o uso dela nos celulares.
O aporte dos bancos brasileiros em pagamento móvel chega num momento especial. No CIAB 2011, de acordo com o CIO do Santander, Claudio Prado, e coordenador do grupo da Febraban sobre pagamento móvel, o tema estará à mesa com 'outros olhos'. Segundo o executivo, a questão, agora, é muito mais regulatória - entre elas a possibilidade de a rede do SPB - Sistema de Pagamentos Brasileiro - vir a ser adotada para micropagamentos, validando as operações feitas através dos dispositivos móveis/celulares - hoje o valor mínimo para uma transação via SPB -a TED - é de R$ 3.000.00.
"O pagamento móvel é uma bandeira da bancarização, mas precisa de um back office para funcionar de fato. Um autônomo que receber um pagamento via celular vai querer ver o depósito do dinheiro na conta dele - seja no celular seja numa conta bancária especial - no exato instante da transferência. E para isso, temos que ajustar os sistemas. O uso da rede do SPB é uma das alternativas concretas. Todos os bancos estão ligadas à infraestrutura e poderiam usar o meio", detalha Claudio Prado.
O pagamento móvel - que até então figurava no radar apenas como uma inovação tecnológica - está em testes nas instituições brasileiras, mesmo que ainda se tenha questões para serem observadas no aspecto regulatório. Um ponto é como as teles vão atuar neste cenário. "Se as teles vão entrar, elas devem seguir regras do sistema financeiro. Anatel e Banco Central precisam sentar e ajustar o modelo", argumenta Prado.
Pontos regulatórios à parte, Bradesco, Santander e Itaú já testam o uso da tecnologia NFC (Near Field Communications), mas a maior parte nos cartões bancários. Os celulares já são vistos como opção, mas os testes são mais limitados porque há de se esperar uma definição dos fabricantes de terminais. Apesar de os projetos serem ainda incipientes, Prado não tem dúvida ao afirmar que o pagamento móvel pode vir a ser uma realidade - mesmo que para uma parcela da comunidade bancária - ainda este ano.
O Itaú, por exemplo, testa a tecnologia NFC nos cartões bancários, revela o vice-presidente de TI, Alexandre Barros. Sem adiantar maiores detalhes da iniciativa, o executivo diz apenas que para a modalidade vir a ser massificada será necessário criar um ecossistema, uma realidade ainda distante do cenário brasileiro.
Pesquisa realizada pela Acision sobre o uso do celular para serviços de valor agregado revela que o pagamento móvel é usado por 8,9% da base de 1200 mil entrevistados. Destes, 6% utilizam a aplicação para consultar dados e apenas 3,6% pagam contas pelo celular. Mas há um dado importante nesse levantamento: O pagamento móvel é usado pelo assinante pós-pago, que representa 17% da base dos assinantes móveis no Brasil.
Os executivos participaram nesta quarta-feira, 23, do CIAB Day, evento preparatório para o CIAB 2011, que acontece em junho, na capital paulista.
Site: Convergência Digital
Data: 24/03/2011
Hora: 12h10
Seção: Internet Móvel 3G
Autor: Ana Paula Lobo
Link: http://convergenciadigital.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=25669&sid=17