É chegada a hora dos CIOs transformarem seus departamentos em exploradores de tecnologia e não apenas meros fornecedores.
Há sinais claros de uma profunda mudança na proposta de valor da área de Tecnologia da Informação (TI) dentro da corporação. Novos postos para desenvolvedores de aplicações, projetos híbridos exigindo parâmetros de negócios e TI, gestores para fornecedores de serviços de cloud computing e gestores de dados são alguns dos exemplos a ratificar a mudança.
Tradicionalmente, os departamentos de TI estavam focados em fazer duas coisas muito bem: construir aplicações e rodar operações de TI. Mais recentemente, suas entregas mudaram de aplicativos isolados para plataformas corporativas integradas. Ainda assim, a TI estava ali, construindo e rodando tecnologia para tocar o negócio.
Pesquisa feita junto a 370 CIOs pela revista CIO, em conjunto com o MIT Center for Information Systems Research (CISR), sugere que as unidades de TI adicionaram uma terceira responsabilidade às suas tradicionais obrigações de fazer-rodar: a exploração e a experimentação da tecnologia. Trata-se de empregar esforço persistente em gerar capital, combinando as plataformas digitais da empresa, os dados que ela acumula e as novas tecnologias – e isso é o que vem sendo considerada a nova proposta de valor da TI.
A exploração tecnológica requer desenvolver capacidades digitais corporativas amplas, tais como otimização de processos de negócios, domínio sobre gestão de dados, business analytics e uso de social media como ferramenta colaborativa.
Nossa pesquisa indicou que 88% das unidades de TI estão desenvolvendo, amadurecendo e sustentando essas capacidades. Mais de 1/3 dos CIOs disseram que seus departamentos têm mais responsabilidade em encontrar pessoas com esse tipo de conhecimento e habilidade do que as áreas de negócios.
É claro que as necessidades básicas de rodar as operações de TI e montar sistemas continuam lá, mas a proposta de longo prazo da TI precisa ser construída em torno da certeza de que suas empresas estarão explorando a tecnologia para ampliar competitividade.
Por meio das suas pesquisas, o MIT CISR descobriu um interessante fenômeno: as unidades de TI estão focando em transformação do negócio, projetando processos globais de gestão e negócios ou entregando serviços compartilhados de TI. Outras unidades de TI estão criando centros de excelência ou times mutilfuncionais responsáveis por trazer à tona necessidades digitais tais como gestão de bases de conhecimento e estratégia de social mídia.
Nesse momento, ainda não é possível dizer que exista um único modelo de organização de TI que tenha conseguido capturar completamente essa nova proposta de valor, mas é chegada a hora dos CIOs iniciarem essa experimentação não só com novos papéis mas também com novas estruturas, que vão modificar a definição da unidade de TI de um provedor de tecnologia para um explorador de tecnologia. Os novos profissionais de TI e seus papéis modificados vão ajudar os CIOs a executarem as mudanças organizacionais que estão por vir.
Site: CIO
Data: 07/04/2011
Hora: 13h43
Seção: Gestão
Autor: Jeanne Ross e Cynthia Beath
Link: http://cio.uol.com.br/gestao/2011/04/07/a-metrica-dominante-para-estabeler-o-valor-da-ti-comeca-a-mudar/