Segundo a empresa, tecnologia de pagamentos por aproximação precisa ser aprimorada, principalmente em questões como agilidade e segurança.
Se as principais vozes da indústria da tecnologia estiverem corretas – Google, Apple e Microsoft – o futuro do pagamento pessoal está na comunicação por proximidade de campo (NFC, na sigla em inglês). Os cartões de crédito virarão história, e tudo o que precisaremos fazer para autorizar alguma compra é passar o smartphone por uma máquina capaz de reconhecê-lo.
No entanto, uma pesquisa da Oracle entra em conflito com essa visão. Para a gigante, o usuário não só utilizará o NFC para adquirir produtos, mas também os pagará a partir de sua conta no banco – acessada via celular - e usará cupons que possui no dispositivo para finalizar transações.
Segundo a empresa, o pagamento de um produto por NFC demora em torno de dois segundos – o que é um bom número. Mas isso vale só para uma transação simples. No caso de, por exemplo, cancelar alguma compra e substituí-la por outra, o tempo sobe consideravelmente.
Pegue seu celular e segure-o próximo ao seu ombro por oito segundos. Veja como se sente. Eu, particularmente, não vejo isso como algo conveniente, e preferiria simplesmente digitar a senha do cartão ou assinar um papel.
Vale lembrar, também, que, se você distanciar o dispositivo por algum momento do sensor, a transação terá de ser refeita.
Código de barra
Como solução, a Oracle recomenda que o smartphone tenha uma espécie de código de barra, que teria sua autenticidade conferida em uma base de dados – justamente uma das especialidades dos softwares da companhia.
O computador central, dessa forma, faria todo o trabalho. Consequentemente, toda loja teria de ter uma máquina o tempo todo conectada, o que, em um mundo em que os ataques a dispositivos virtuais são comuns, não é uma ótima perspectiva.
A questão é que o NFC promete entregar muito mais do que os cartões de crédito. Eric Schmidt, ex-CEO da Google, disse ano passado que os usuários poderiam receber cupons de desconto diretamente em seus celulares dependendo de onde estivessem. Poderiam também obter informações sobre o estabelecimento ao passar o celular por um cartaz colado em sua entrada.
Questão chave
A Oracle não detalhou como os testes foram conduzidos, e uma questão chave é saber onde os dados das contas serão armazenados: no cartão SIM, no próprio dispositivo ou em seu software.
Colocá-los no cartão não seria uma boa ideia, por ser uma tecnologia defasada e pouco segura. Guardá-los no próprio celular é uma opção válida, desde que as informações sejam criptografadas o tempo todo com ajuda de um programa, o que não é difícil, já que o aplicativo para NFC ficaria rodando em segundo plano.
A pesquisa indica quantos detalhes precisam ser revistos antes de os pagamentos por NFC se espalharem. Dado que a tecnologia conta com o apoio de grandes corporações – principalmente a Google - será constrangedor caso ela seja promovida cedo de mais, sendo recusada pelos consumidores por trazer mais dúvidas do que certezas.
Site: IDG Now!
Data: 19/04/2011
Hora: 12h25
Seção: Internet
Autor: Keir Thomas
Link: http://idgnow.uol.com.br/internet/2011/04/18/oracle-futuro-dos-pagamentos-moveis-nao-esta-apenas-no-nfc/