Brasscom aponta desafios para competitividade do Brasil em TI

05/05/2011

Índice da organização mostra avanço do Brasil em infraestrutura e inclusão digital, mas melhora ainda é insuficiente vencer os desafios da década.

O Índice Brasscom de Convergência Digital (IBCD), criado com a meta de avaliar o mercado brasileiro de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), mostrou o Brasil com pontuação 6,75  em 2010 (em uma escala de 0 a 10), crescimento de 15,4% em relação ao número obtido no estudo anterior, em 2008 (5,85).

Definido em um tripé com critérios que avaliam ambiente da convergência, plataforma tecnológica, além de formação e inclusão tecnológica, o crescimento ainda é insuficiente para acompanhar as tendências globais de acordo com o diretor de Infraestrutura e Convergência Digital da Brasscom, Nelson Wortsman.

Um dos pontos destacados pelos realizadores da pesquisa é a banda larga. O preço ainda é considerado muito alto e o serviço, ineficiente. O Brasil conta hoje com 38,4 milhões de acessos à rede, sendo que somente 20% deles estão são de 2 Megabits por segundo (Mbps) ou mais. E ao analisar o cenário regional, a situação é mais grave, prejudicando a inclusão digital. “A aceitação da banda larga é muito inferior no Norte e Nordeste por conta dos altos preços, com qualidade baixa”, afirma Wortsman.

A educação, abordado pelo IBCD, é um outro ponto nevrálgico. O Brasil pontua muito mal mundialmente em leitura, matemática e ciências, obtendo posições abaixo do 50º lugar no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa). Além disso, há poucos ingressos no ensino superior nessas áreas e ainda menos egressos: somente 11% dos formados vem dessas áreas, enquanto na China o número é de 39%. A evasão escolar também é um ponto negativo: 15% dos inscritos concluem os cursos.

De acordo com o presidente da Brasscom, Antonio Gil, o Brasil tem pela frente a perspectiva de chegar a 4ª economia do mundo até 2020, mas precisa enfrentar desafios muito grandes para garantir uma boa fatia no mercado global de TI: formação de 750 mil profissionais de tecnologia, redução de custos de mão de obra por meio de desoneração da carga tributária trabalhista, fortalecimento da infraestrutura de TI, ainda precária, e uma cultura de economia voltada para a inovação. “O Brasil também é muito ruim de marketing”, afirma Gil, indicando que o país precisa aprender a vender melhor seus serviços.

Site: Computerworld
Data: 04/05/2011
Hora: 16h05
Seção: Negócios
Autor: Rodrigo Afonso
Link: http://computerworld.uol.com.br/negocios/2011/05/04/brasscom-aponta-desafios-para-competitividade-do-brasil-em-ti/