CIOs brasileiros focam em monitoramento de dados estratégicos

18/05/2011
Pesquisa da IBM com mais de 3 mil CIOs de todo o mundo aponta que o país avançou na integração de TI e negócios. Participaram 190 líderes nacionais.

Mais de 80% dos CIOs brasileiros destacam a importância de tecnologias interativas e que monitorem [em tempo real] informações estratégias corporativas. Como segunda prioridade [75% das respostas] estão soluções de análise de clientes, bem próximas das de data warehousing [68%], gerenciamento de dados [61%] e funcionalidades de busca [58%]. Estes são resultados do estudo da divisão de consultoria da IBM, A essência do CIO.

Realizado em 2010, a pesquisa avaliou as preocupações, prioridades e caminhos de mais de 3 mil CIOs em todo o mundo [totalizando 72 países]. No Brasil, participaram 190 líderes de TI, retratando o momento atual do mercado brasileiro em relação à adoção de tecnologias comparado às tendências mundiais.

Os executivos de empresas em todo o mundo, atuantes nos setores público, comunicações, industrial, finanças e distribuição, revelaram estar mais alinhados com o CEO, portanto em sintonia com os objetivos de negócios da corporação. Eles se mostram como impulsionadores da transformação do negócio. "Estão apoiados em tecnologias como Business Analytics (BA) e Business Intelligence (BI), que usam métricas preditivas e outras soluções que transformam informação em inteligência", diz Marcelo Piassarollo, gerente de Consultoria de TI da IBM Brasil.

Afinal, de acordo com a pesquisa, nos próximos cinco anos, os CIOs em torno do planeta estarão concentrando seus esforços em inteligência de negócio, maior aproximação com os clientes e capacitação profissional. Piassarollo lembra que essas prioridades também foram apontadas por CEOs no estudo Global CEO Study 2010, conduzido pela IBM com mais de 1,5 mil líderes de empresas de 60 países, incluindo o Brasil.

Mais de 80% dos CIOs brasileiros destacam a importância de tecnologias interativas e que monitorem [em tempo real] informações estratégias corporativas. Como segunda prioridade [75% das respostas] estão soluções de análise de clientes, bem próximas das de data warehousing [68%], gerenciamento de dados [61%] e funcionalidades de busca [58%].

Os quatro mandatos capitais
Uma das características interessantes do estudo é a classificação para os níveis de adoção de TI, dividida em quatro "mandatos": Alavancar, Expandir, Transformar e Desbravar. Cerca de 14% das empresas [no mundo]estão posicionadas no primeiro, caracterizado por companhias que reavaliam o legado e usam a tecnologia com foco em manutenção e automação de processos de negócios. No Brasil, são 9% nesse perfil e grande concentração [45%] no mandato Expandir, que abriga uma TI mais voltada aos negócios – cerca de 50% das participantes estão nesse patamar. "O que demonstra que estamos em condição de igualdade com países desenvolvidos", diz Piassarollo.

Não faz muito tempo [cerca de seis anos], a maioria das empresas brasileiras estava no mandato Alavancar, destaca o executivo da IBM. "Conquistamos a igualdade em pouco tempo, mas ainda precisaremos de mais dez anos para alcançarmos o mandato Transformar, com foco na transformação do negócio, por meio da otimização, transformação e inovação."

Embora o Brasil ainda tenha de avançar nesse perfil, foram registrados nele 28% representantes nacionais, contra 23% dos entrevistados mundiais. E no Desbravar, que caracteriza uma TI voltada à inovação na criação de produtos e modelos de negócios, o País contabiliza 18% das empresas, ante 13% das mundiais. No Brasil, esses dois mandatos, considerados ícones da evolução da TI, abrigam especialmente empresas dos setores de varejo, finanças e seguros.

"Não é surpresa, pois estamos muito à frente em tecnologias para o setor bancário, por exemplo, e o de seguros e varejo tem evoluído bastante", ressalta Piassarollo.

O pulo do gato, na avaliação do executivo da IBM, é a identificação desses mandatos. Em qual deles a empresa se encaixa? A partir daí, segundo ele, a corporação terá uma visão mais clara da estratégia a ser adotada e da tecnologia que poderá impulsionar os negócios.

Outro detalhe importante, segundo Piassarollo, é que não existe obrigatoriamente a necessidade de a empresa ter de passar por cada um desses mandatos, sem que haja queima de um deles. "Vai depender do tipo de negócio e dos objetivos que a empresa deseja alcançar."

O conceito de "mandato" é novo, reforça o executivo. "Ele, com certeza, pode ser um grande direcionador de estratégias para a empresa", diz.

Entre as dicas que o estudo captou para serem seguidas pelos CIOs estão sugerir ferramentas que auxiliem nas tomadas de decisão em tempo real, indicar novos canais de interação com clientes e parceiros, aumentar a transparência e promover a colaboração com parceiros de negócios, e liderar e dedicar parte do tempo à inovação.

Site: Computerworld
Data: 17/05/2011
Hora: 13h03
Seção: Tecnologia
Autor: Solange Calvo
Link: http://computerworld.uol.com.br/tecnologia/2011/05/17/cios-brasileiros-focam-em-monitoramento-de-dados-estrategicos/