Plataforma de pagamento pela Internet, do grupo Mercado Livre, o MercadoPago registrou no primeiro trimestre, 2,6 milhões de negociações - 1/3 do total realizado em 2010 (6.7 milhões). O Brasil representa 50% desse montante. Apesar de estar atento às novas tecnologias, empresa mantém o foco nas transações online. "Nos EUA, o comércio eletrônico representa 10% do PIB. No Brasil, não chega a 1%", pondera Marcelo Coelho, diretor do MercadoPago Brasil, em entrevista exclusiva ao Convergência Digital.
O executivo assume que o comércio eletrônico no Brasil vive um momento único. "Há um amadurecimento das relações entre fornecedores e clientes, apesar de sabermos que com o maior uso, os problemas também aumentam. É o caso da logística - ela não é comércio eletrônico, mas impacta a imagem", salienta Coelho, ao ser indagado sobre os problemas de entrega de produtos - cada vez mais reclamados pelos clientes nos órgãos de Defesa do Consumidor.
O desafio do MercadoPago, agora, salienta Coelho, é de tornar o meio de pagamento ainda mais simplificado. "Não há coisa pior do que ficar fazendo vários cliques para concluir uma transação", admite o diretor do MercadoPago. Uma das novidades da empresa para 2011 - além da adoção da plataforma de pagamentos nas redes sociais - está no aprimoramento da gestão de risco, por meio de uma plataforma proprietária.
"Vamos inovar ainda mais no processo da compra. Nossa meta é reduzir ao máximo o processo de desistência das transações online, com mais segurança e garantia dos dados. O grupo Mercado Livre tem a sua nuvem privada que só utilizamos para os nossos negócios", antecipa Coelho, sem no entanto, revelar quando a funcionalidade estará disponível no mercado. Garantiu apenas que será ao longo deste ano.
Indagado se há a intenção de levar a plataforma de pagamento - com sete anos de mercado - para novas mídias, entre elas, o celular, Coelho garantiu que, neste momento, o foco é 100% Internet. "Temos um potencial de oportunidades ainda para explorar. Os sites de compras coletivas, por exemplo, nos ajudam muito neste processo porque eles popularizam o modelo. E, exatamente por isso, decidimos não criar o nosso site de compras coletivas. Não queremos conflitos de interesse com o cliente", exemplifica o executivo.
Coelho observa ainda que do ponto de vista econômico, o comércio eletrônico também tem muito por crescer na região latino-americana e no país. Ele diz que nos EUA, o e-commerce representa 10% do PIB. Aqui no Brasil, afirma, não chega a 1%. "Isso só mostra que há muito espaço para crescer. Não tememos a concorrência. A pizza está ai para ser ampliada", diz.
Sobre o uso da plataforma no celular, Coelho é mais cauteloso. "Existem várias plataformas em estudo e não há ainda uma definição de qual será um padrão mundial. Estudamos muito o modelo. Sabemos da força do celular, mas ainda é cedo para saber como o pagamento móvel vai vingar no meio", complementa.
E se o comércio eletrônico mostra a sua força - com cada vez mais adeptos - a receita do MercadoPago contabiliza essa preferência. No primeiro trimestre de 2011, a empresa registrou crescimento de 148,8% no total de transações realizadas, em relação ao mesmo período no ano anterior.
No total, foram efetuadas 2,6 milhões de negociações contra 1,1 milhão nos mesmos três meses de 2010, considerando os seis países onde MercadoPago opera (Brasil, México, Argentina, Chile, Colômbia e Venezuela). O volume total de pagamentos apresentou um incremento de 98,1%, atingindo a marca de US$ 245,2 milhões no primeiro trimestre, enquanto em 2010 foram movimentados na plataforma US$ 123,8 milhões, considerando o mesmo período.
Site: Convergência Digital
Data: 18/05/2011
Hora: 17h26
Seção: Internet
Autor: Ana Paula Lobo
Link: http://convergenciadigital.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=26315&sid=4