A infraestrutura de rede - LAN (local) ou WAN (das concessionárias) ainda é precária e retarda a expansão das comunicações unificadas no Brasil, mesmo com as empresas cada vez mais incorporando VoIP na sua oferta de comunicação corporativa, diz o presidente da Aastra do Brasil, Luis Fagundes. Até então voltada para grandes empresas e governo, a fabricante, em junho, entra na briga das PMEs e já vislumbra aquisições locais para agregar produtos e carteira de clientes.
Com pouco mais de três anos de atividade própria no país - em 2008 abriu um escritório local após a compra da divisão de Enterprise da Ericsson - a canadense Aastra quer avançar no ranking de fornecedores de enterprise, ampliando sua atuação para o mercado das pequenas e médias empresas. "Tenho o objetivo de conquistar 20% do market share das PMEs em 12 meses", afirma Fagundes, em entrevista exclusiva ao Convergência Digital. E para chegar a esse percentual, as aquisições locais estão na mira.
"Estamos observando bastante", diz, sem, no entanto, abrir o perfil de empresa que estaria no radar para uma possível compra. Indagado ainda se a aquisição da unidade de rede da Alcatel-Lucent estaria sendo discutida, Fagundes foi bastante cauteloso - a Aastra tem ações em bolsa - mas assume que a transação seria 'bem-vinda'. "Temos um forte mercado na Europa", observa.
Ao falar sobre a evolução de VoIP e da Comunicação Unificada no Brasil, o executivo lembra que a precária infraestrutura de redes prejudica as ofertas. "Se não tem como garantir o serviço, como o cliente vai contratar?", observa. E aqui faz uma observação.
"Hoje já temos soluções de mobilidade do ramal, no celular, no smartphone. Mas o serviço sofre com a falta de cobertura 3G, inclusive nas grandes cidades. A tecnologia para levar a comunicação para todas as mídias existe. Caimos de novo na questão da infra", complementa.
Fagundes também assume que a crise financeira de 2009 afastou os interessados em explorar o mercado de VoIP brasileiro. E, por fim, toca no ponto mais crítico. "As operadoras de telecom, as concessionárias precisam definir suas estratégias. Hoje, apenas a GVT, com a Vono, tem isso delineado. Faltam as outras", diz.
A materialização do Plano Nacional de Banda Larga é visto, sim, como uma grande oportunidade. "Se de fato, o PNBL cumprir o que está determinado, haverá rede e, portanto, serviço disponível para ser contratado e mais negócios para toda a cadeia produtiva de VoIP", pondera.
Apesar de apostar suas fichas nas pequenas e médias empresas para ampliar mercado no Brasil, a Aastra também se mobiliza para atender as grandes empresas - responsáveis por 80% da receita ( finanças, governo e utilities).
Também em junho, antecipa Fagundes, a empresa acirra a briga pela videoconferência corporativa trazendo a BluStar 800i, ferramenta colaborativa que combina videoconferência e HD, com comunicações unificadas e aplicativos corporativos. Com a ida para o mercado das PMEs e os negócios para finanças, governo e utilities - que respondem por 80% da receita - a expectativa da Aastra é crescer a receita em 15% em 2011.
Site: Convergência Digital
Data: 20/05/2011
Hora: 11h25
Seção: Telecom
Autor: Ana Paula Lobo
Link: http://convergenciadigital.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=26345&sid=8