Ao participar da cerimônia de abertura do Painel Telebrasil, encontro anual do setor de telefonia, em Brasília, na noite desta quarta-feira, 01/06 o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, admitiu que as concessionárias não demonstram interesse em usar a faixa para levar serviços de comunicação à área rural. Ainda assim, Bernardo disse que o tema pode, sim, estar atrelado ao PGMU.
"As teles não estão interessadas muito não ou não demonstram. Mas tem um ditado que diz que quem desdenha quer comprar. Essa é a nossa expectativa. Vamos manter a negociação, mas podemos,sim,licitar se as teles não quiserem cumprir metas", disse Bernardo, sem no entanto, abrir detalhes de como seria esse novo processo.
Indagado se a faixa poderia ir para a Telebrás - como o ex-presidente da estatal, Rogério Santanna, reivindicou e que foi um dos atritos que culminou na sua saída do comando da empresa - Bernardo foi taxativo.
"Não. Não há vez. Isso foi um delírio". Executivos do setor de telecom presentes à cerimônia da Telebrasil admitem que a imposição de regras rigorosas são entrave para uma aposta maior na faixa de 450 Mhz.
"Se as metas forem parecidas com as da 3G, por exemplo, o negócio não se viabiliza", diz um executivo de operadora ao ser perguntado sobre a questão pelo Convergência Digital. Para ele, a licitação não se mostra um fator real.
"Quem vai se interessar pela faixa - onde há gastos de infraestrutura - se não formos nós, as teles? O correto é fazer a atribuição, ter metas, mas lembrando que usar essa frequência determinará aportes em rede nova", completou.
De acordo com o regulamento aprovado em dezembro do ano passado pela Anatel, a faixa de 450MHz terá um único operadora para usufruir o espectro - 7Mhz + 7 Mhz. Essa é, aliás, uma decisão que começa a ser seguida por outros países na América Latina, onde o modelo inicial de dividir a faixa para mais prestadores, como na Argentina, se mostrou ruim para o consumidor.
"Na Argentina, os provedores tiveram menos espectro e ficaram restritos ao serviço de voz. Dados não podem ser ofertados com velocidade. O governo já está revendo para chegar a posição brasileira que é a melhor para garantir voz e banda larga com quatro portadoras de 1,25Mhz", revelou Celidônio von Wuthenau, do CDG, que na terça-feira, 31, participou de evento na capital paulista.
Site: Convergência Digital
Data: 02/06/2011
Hora: 10h15
Seção: Internet Móvel 3G
Autor: Ana Paula Lobo
Link:
http://convergenciadigital.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=26501&sid=17