Se não forem lançadas políticas industriais, capazes de ampliar o aporte na produção de componentes no Brasil ainda este ano, a base instalada hoje não será capaz de atender a demanda de nacionalização imposta no processo produtivo básico dos tablets pelo governo, adverte o presidente da Abinee, Humberto Barbato.
Em entrevista ao Convergência Digital, o executivo disse que a postura do governo de incluir nas regras um índice maior de nacionalização é um sinal de que há interesse em fortalecer o processo industrial no Brasil, mas Barbato tenta manter os pés nos chão.
"Mesmo com o prazo de três anos concedido para a indústria de display - a partir de 2014 - a nacionalização deverá ser de 50% dos componentes - sabemos que para suprir essa demanda teremos que atrair mais empresas produtoras. É um grande desafio. Senão teremos um único fornecedor o que não é saudável no mundo da competição", pondera Barbato.
Nessa linha, a Abinee e o ministério da Ciência e Tecnologia estão negociando a definição de ações práticas para a indústria de componentes. "Vamos apresentar uma proposta bem efetiva - de curto prazo - ao ministro Mercadante até o final de junho. Ela é 100% direcionada para componentes", antecipa Barbato.
Brasil - Será agora a bola da vez em componentes?
Nesta quarta-feira, 01/06, ao falar sobre o PPB para tablets, o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, frisou que o
Brasil é o terceiro maior mercado de venda de computadores no mundo, mas de acordo com o ministro, o valor agregado é baixo.
“O mesmo que estamos fazendo com os tablets, temos que fazer com celulares e televisores. Queremos produzir os componentes, especialmente avançar em direção aos semicondutores e as telas de LCD. Podemos fazer a inclusão digital produzindo o nosso equipamento e não importando produtos”, acrescentou.
Segundo ainda o ministro, apenas 20 países se destacam na produção de semicondutores e o momento ideal para o Brasil investir nessa área é o atual com a proximidade da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos. “Com os jogos, a venda de televisores crescerá fortemente. Precisamos entrar nesse clube de países produtores de semicondutores e a hora é agora”, alertou.
Site: Convergência Digital
Data: 02/06/2011
Hora: 11h40
Seção: Governo
Autor: Ana paula Lobo
Link: http://convergenciadigital.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=26505&sid=7