Preços caem, mas metade do mundo continua sem Internet

07/06/2011

Seguindo a linha do que já vem defendendo a União Internacional de Telecomunicações, a Comissão de Banda Larga para o Desenvolvimento Digital, ligada à Unesco, resolveu indicar, em sua terceira reunião, realizada nesta segunda-feira, 6/6, que os governos de todo o mundo devem formular e aplicar, rapidamente, planos nacionais para a internet rápida.

“Quanto mais barata e acessível for a banda larga, melhores são as perspectivas econômicas de crescimento de um país”, sustentou o secretário-geral da UIT, Hamadoun Touré. Apesar dos benefícios inegáveis, a própria UIT sinaliza que os preços estão mais baixos, mas a maior parte do mundo continua sem conexão. De acordo com a entidade, os valores pagos caíram cerca de 50% nos últimos dois anos, especialmente nos países em desenvolvimento.

Segundo a UIT, a banda larga é mais barata em países como Mônaco, Taiwan, Liechtenstein, Estados Unidos e Áustria – nesses e em outros 26 países, o custo do serviço é inferior a 1% da renda nacional per capita. Por outro lado, em pelo menos 19 países, especialmente na África, o custo mensal é superior a 100% da renda per capita.

A avaliação da Comissão é de que 30% da população mundial usa a internet, ainda que com diferenças. Metade dos habitantes de países desenvolvidos conta com banda larga móvel, enquanto um quarto deles tem acesso fixo – já nos países em desenvolvimento, a penetração é muito menor – somente 5,4% têm banda larga móvel, e 4,4%, fixa.

“Para otimizar os benefícios à sociedade, a banda larga deve ser coordenada em escala nacional, com fomento à infraestrutura e aos provedores de serviço para que ofereçam acesso em um mercado equitativo”, sustenta a entidade, para quem “projetos isolados ou pontuais e a duplicação de redes não são eficazes”.

A Comissão lembrou que já existem diversas demonstrações de que a banda larga é um fator-chave para o crescimento econômico e a criação de empregos, citando exemplos da China, onde a cada 10% de penetração da internet há um crescimento adicional de 2,5% no PIB, e mesmo do Brasil, onde o aumento do acesso teria contribuído em 1,4% na taxa de crescimento de empregos.

Mais do que um veículo para acesso rápido à internet, a banda larga é destacada como elemento fundamental para a “internet das coisas”. “Essas redes estão revolucionando o controle de inventários e a gestão de frotas e seu papel será cada vez mais importante em setores sociais chave, como a vigilância sanitária, educação, preservação ambiental e segurança”.

Site: Convergência Digital
Data: 06/06/2011
Hora: 16h45
Seção: Internet
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