Cavalcanti defende mudança de política para CT em apresentação do Rio Info 2011 a empresários do setor da Tecnologia da Informação
“É necessário mudar a estratégia da Ciência e Tecnologia no Brasil, pois, do jeito que está, não vai a lugar nenhum”, afirmou o professor da Coppe/UFRJ e coordenador do Crie (Centro de Referência em Inteligência Empresarial), Marco Cavalcanti, durante palestra no café da manhã de apresentação do Rio Info 2011 a empresários de TI vinculados à Assespro-Rio nesta quarta-feira, 21/07. Como exemplo da falta de visão estratégica e investimentos no setor, chegou a prever que a vacina contra a dengue deverá ser desenvolvida na Suécia, país onde nem mesmo há o mosquito aedes aegypti. Aos profissionais de TI aconselhou que se mobilizem, cobrem e “gritem” por mais atenção e políticas favoráveis. Na divisão do mercado internacional, afirmou, o Brasil não pode permanecer como fornecedor de produtos agrícolas ou industriais. Deve se posicionar como gerador de conhecimento: “o futuro inovador está na TI e na biotecnologia.” No entanto, de acordo com dados apresentados, as exportações brasileiras de produtos de alta tecnologia caíram de 10% em 2000 para 5% do total em 2009.
Na abertura do evento, Benito Paret, presidente do Sindicato das Empresas de Informática do Estado do Rio de Janeiro e coordenador geral do Rio Info 2011, informou que já estão confirmadas as presenças de seis delegações estrangeiras (Argentina, Portugal, Espanha, França, Canadá e Estados Unidos), que participarão das rodadas de negócios e dos encontros temáticos: “O Rio Info hoje é o maior evento de TI do país. Ele é estratégico para a o Rio de Janeiro, pois coloca o estado no cenário da TI com a força que ele merece”.
Cavalcanti destacou os números da cadeia produtiva nos Estados Unidos, onde o maior faturamento em exportações está nos produtos intangíveis, como softwares, bens culturais e royalties de propriedade industrial. No ano 2000, 25% das exportações norte-americanas eram diretamente ligadas aos bens intangíveis. Se consideradas as exportações de softwares incluídos no preço de venda de aviões, computadores e outros bens tangíveis, o Institute for the Future estimava um índice de 70%. Desde 2008 estas empresas movimentam maior volume de exportações do que as dedicadas à produção de bens tangíveis, como a indústria e a agricultura. “Se o Brasil não investir em conhecimento, ficará pra trás”, alertou Cavalcanti, que defende uma política mais incisiva de apoio à inovação: “Uma mudança de era, que traz a Era do Conhecimento, é uma oportunidade para o Brasil crescer. É preciso uma legislação que premie a inovação”.
O encontro foi promovido pela organização do Rio Info 2011 em parceria com a Assespro/Rio (Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação, Software e Internet do Rio de Janeiro). O Rio Info 2011 será realizado de 27 a 29 de setembro no Hotel Windsor, na Barra da Tijuca. www.rioinfo.com.br
Texto: Lucas Alvares
IAA Comunicação e Eventos
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