Este ano, o estudo revela que a percepção dos funcionários em relação à imparcialidade e à credibilidade no ambiente de trabalho foi a que mais cresceu, desde 2006.
Qual o segredo das melhores empresas para se trabalhar? Ter um excelente ambiente, onde o profissional confie nas pessoas para quem trabalha, tenha orgulho do que faz e desfrute do bom convívio com colegas de trabalho.
Parece uma receita simples. Mas, como toda receita, depende de um conjunto de ações e de ingredientes que, combinados, fazem toda a diferença entre o sucesso e o fracasso. Mais importante do que oferecer benefícios, por exemplo, uma boa empresa para se trabalhar é aquela que dá aos funcionários ferramental adequado para o seu desempenho e crescimento pessoal e profissional. Acima de tudo, as melhores empresas para trabalhar promovem relacionamentos saudáveis e fortes entre as pessoas.
"A palavra-chave que nós usamos é confiança. É o principal fator medido pela pesquisa Melhores Empresas para Trabalhar em TI & Telecom", afirma o CEO do Great Place to Work® Institute Brasil (GPTW), Ruy Shiozawa. Para conquistá-la, as companhias presentes no ranking respeitam seus funcionários, possuem regras e políticas claras e, principalmente, têm orgulho da percepção deles de que cumprem o que dizem.
Entre as melhores empresas de TI e Telecom para trabalhar, a percepção dos funcionários em relação à imparcialidade e à credibilidade no ambiente de trabalho foi a que mais cresceu, desde 2006, quando iniciamos a pesquisa.
Essas duas dimensões da metodologia do GPTW ¬ credibilidade e imparcialidade ¬ não funcionam de forma independente. Elas estão interligadas e precisam ser trabalhadas em conjunto com outras três: respeito, camaradagem e orgulho. Juntas, geram a tão buscada confiança dos funcionários. Confiança que gera uma vantagem competitiva muito grande para a companhia.
Quando a relação entre líder e liderados é boa, isso se reflete em todos os processos e no relacionamento com os clientes. Produtos, ou serviços, ficam melhores, os vendedores se esforçam mais e têm menos dificuldade para convencer os consumidores sobre os benefícios do que está sendo oferecido. E tudo acaba influenciando, ainda, no que mais importa: o lucro.
Há seis anos, o Now!Digital e o Great Place to Work® apostaram que o mercado de tecnologia iria investir cada vez mais nas pessoas como seu principal diferencial competitivo e resolveram criar, em uma iniciativa inédita no mundo, a pesquisa Melhores Empresas para Trabalhar em TI &Telecom. Os resultados desse trabalho são surpreendentes. Todo ano, mais e maiores empresas, interessadas em transformar seu ambiente de trabalho, participam da pesquisa.
Este ano, 206 empresas de TI e Telecom se inscreveram no estudo. Desse universo, a evolução qualitativa das 95 melhores companhias para trabalhar foi impressionante. No mundo todo, a média da avaliação entre as melhores organizações para trabalhar cresce, ano a ano, um ponto percentual, dois no máximo. As melhores de TI e Telecom no Brasil evoluíram, este ano, impressionantes 4,2 pontos em relação a 2010.
Com a decisão de elevar a nota técnica mínima para uma empresa figurar no ranking, constatamos que as premiadas podiam ser 95, em vez de 70, e ainda assim manter a média acima dos níveis de crescimento internacionais. Se comparamos as 95 premiadas deste ano com as 70 do ano passado, a média geral sobe 2,2 pontos. É preciso dizer que apenas dez empresas incluídas do ranking de 2010 não estão presentes no de 2011. A maioria delas, por ter passado por processos de fusão e aquisição.
Esse resultado representa um expressivo reforço no nível de confiança entre líderes e liderados, melhoria no espírito de equipe e camaradagem entre colegas e crescimento no orgulho com o trabalho e a empresa. E esse só pode ser obtido se, de fato, a melhoria do ambiente de trabalho estiver na agenda de todos os gestores e executivos.
Ele não deixa margem à dúvida. As companhias de tecnologia atuantes no País entenderam que o caminho mais rápido para o sucesso passa pela preparação dos líderes e do investimento nas equipes. Quando as pessoas sentem que o trabalho não é apenas um emprego, mas que tem um significado especial, os resultados são muito diferentes. Não por acaso, conforme comprovam os dados da pesquisa, o nível de satisfação dos clientes externos é muito maior e o desempenho dessas companhias nas Bolsas de Valores chega a ser duas a quatro vezes maior do que a média do mercado.
O índice geral de satisfação dos 95 mil funcionários das 95 melhores empresas cresceu para 81%. Como referência da importância dessa conquista, entre as 923 organizações que participaram dos diversos rankings do Great Place to Work® este ano, as 95 pior avaliadas obtiveram índice de 59%.
Destaques do setor
Entre os cinco critérios avaliados pelos funcionários durante a pesquisa Melhores Empresas para Trabalhar em TI & Telecom, as questões orgulho e camaradagem cresceram em relação a 2011. Todos os demais mantiveram-se no mesmo patamar de 2010.
"Isso demonstra que, de fato, as empresas estão conseguindo fazer com que seus funcionários enxerguem que suas tarefas fazem algum sentido", pontua Ruy Shiozawa.
A evolução de todos os índices, desde 2006 (página 30), demonstra claramente que as melhores organizações entenderam também que manter uma postura mais flexível e reconhecer o trabalho dos funcionários pode ajudar a reter talentos bem mais do que meramente o reconhecimento financeiro.
Não por acaso, essas companhias são as que apresentam os menores índices de rotatividade e os maiores de atração e retenção de talentos. Isso passa ainda pelo alinhamento entre os valores da organização e os de seus profissionais. E em melhores relações líder-liderado.
As companhias que fazem parte da lista das Melhores Empresas para Trabalhar sofrem impacto positivo no mercado e atraem mais os profissionais altamente qualificados. Dessa forma, ficam à margem dos problemas com o apagão de TI, e passam a receber uma quantidade significativa de currículos qualificados.
É o caso da Radix Engenharia Software, segunda colocada no ranking deste ano, que em razão da gestão de RH diferenciada, proporciona ambiente agradável e capacitação de jovens talentos. A postura a tornou atraente, especialmente para os universitários. Quando anuncia suas vagas, chega a receber em média cem currículos.
Para reter os talentos dentro de casa, mais do que bons salários, as corporações se munem de uma série de benefícios que impactam no desenvolvimento profissional, como verba para investir na capacitação, cursos no exterior, intercâmbio internacional entre as unidades da empresa e oportunidades internas, como também no pessoal, reconhecendo o trabalho, incentivando a prática de esportes com descontos em academias, celebrações pelo desempenho, comemorações de aniversários, entre outros procedimentos que fazem a diferença no dia a dia e que tornam o exercício das funções mais facilitado e agradável.
Desenvolvimento profissional
Um rápido exame do ranking deste ano deixa claro que os próprios profissionais empregados nas melhores empresas valorizam muito as condições dadas por elas para o seu desenvolvimento profissional e o aumento da qualidade de vida.
Muitas das melhores do ranking fazem parcerias com universidades para buscar na fonte os seus talentos, como é o caso da citada Radix, que mantém acordo com 12, e tem 60% de seus contratados vindos de instituições de ensino. Mas também há as que preferem reforçar a estratégia de formação com a criação de "universidades" internas que visam capacitar seus colaboradores no core de suas atividades, especialmente em suas tecnologias.
A Chemtech criou a sua universidade, a qual promove programas para capacitação e de estágios. No ano passado, cerca de 500 estudantes fizeram parte dos quadros da empresa por meio dessa iniciativa.
Em operação está a universidade da operadora de telecomunicações GVT, com foco em finanças, vendas e marketing. O desenho inclui também a criação de MBA em TI, voltado à segurança da informação, governança, arquitetura e direcionado aos gestores. A iniciativa visa capacitar os gestores para que fiquem alinhados às estratégias da empresa.
Para aprimorar o desenvolvimento profissional de seus colaboradores, a Microsoft criou alguns diferenciais atraentes para os colaboradores. Um dos seus destaques é o Mid Year Career Discussion, que permite a interatividade entre funcionários e gestores, com processo formal de debate sobre as competências exigidas e as necessidades de desenvolvimento.Há um ciclo de avaliação de desempenho, em que são discutidos o aprimoramento e o feedback.
Outra iniciativa é o Career Model, que promove o aproveitamento interno ao mostrar as vagas disponíveis, o perfil de competências e os requisitos de conhecimento e experiência.
Site: Computerwolrd
Data: 21/07/2011
Hora: 9h55
Seção: Carreira
Autor: ------
Link: http://computerworld.uol.com.br/carreira/2011/07/21/confianca-em-alta/#ir