E-bit: Comércio eletrônico fatura R$ 8,4 bilhões no 1.º semestre de 2011

17/08/2011
Crescimento de 24% é menor que o registrado no mesmo período do ano anterior; expectativa é fechar 2011 com R$ 18,7 bilhões.

O faturamento do comércio eletrônico brasileiro no primeiro semestre de 2011 foi de 8,4 bilhões de reais, com um crescimento de 24% em relação ao primeiro semestre de 2010. Este é um dos números da 24ª edição do relatório Webshoppers, divulgado nesta terça-feira (16/8) pela e-bit e a Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (câmara-e.net).

“No ano passado, o crescimento esteve na casa de 40%, mas foi ano de Copa do Mundo, quando as pessoas substituíram suas Tvs por modelos de tela fina”, justifica o diretor de Marketing da e-bit, Alexandre Umberti. A queda também afetou o tíquete médio, que no primeiro semestre foi de 355 reais, em média – no ano passado, o valor ficou entre 370 e 380 reais.

Cerca de 25 milhões de pedidos foram feitos no período, parte deles trazidos pela entrada do público de baixa renda – dos novos entrantes no comércio eletrônico brasileiro, 61% possuem uma renda familiar de até 3 mil reais. O dia dos Namorados e o dia das Mães contribuíram com 1,4 milhão de reais do faturamento.

Compras coletivas

Os números da e-bit, tanto do primeiro semestre como o da projeção para 2011, não incluem o setor de compras coletivas. “Temos acompanhado o setor muito de perto, com 100 sites já avaliados”, diz o diretor-geral da e-bit, Pedro Giusti. A e-bit também afirma estar apurando a correlação entre o crescimento das compras coletivas e o valor do tíquete médio. “O que podemos dizer é que estamos assistindo à troca de acionistas. A consolidação vai ocorrer”, diz. Em 2011, o faturamento do setor de compras coletivas deverá ficar entre 900 milhões e 1,2 bilhão de reais. “É um mercado à parte. Em breve iremos lançar um estudo sobre o perfil deste consumidor.”

Em relação a meios de pagamento, há grande concentração cartão de crédito, diz Giusti. “O market share [de cartões] está em torno de 80%, mas varia dependendo do tipo de loja, da categoria.” Boleto, por exmeplo, é utilizado entre 10 a 15%, dependendo da loja. “De forma geral sugerimos usar cartão de crédito ou meio digital seguro voltado para o e-commerce, em que o dinheiro não é imediatamente repassado ao lojista. Isso trouxe muita segurança para o setor”, explica.

Em relação aos produtos mais vendidos, os eletrodomésticos permaneceram no topo (17%). Em seguida vêm Informática (12%) e Saúde, Beleza e Medicamentos (11%). Moda e Acessórios vêm despontando entre as cinco principais categorias, como ocorreu no dia dos Namorados, aponta a e-bit. No ranking geral, contudo, a categoria ficou em sexto lugar.

Profissionais

Por cinco dias no começo de agosto, o e-bit entrevistou cerca de 270 representantes do comércio eletrônico brasileiro sobre práticas na contratação de profissionais. Do universo pesquisado, 63% contrataram profissionais nos últimos 6 meses, mas em 79% dos casos as habilidades não foram suficientes.

“Dos novos contratados, 73% foram treinados pelo seu próprio gestor e 20% deles tinham salário mais alto do que poderiam oferecer. Apenas 3% não precisaram de nenhum treinamento. É um profissional difícil de achar”, diz Umberti. Em relação a salários, a pesquisa revelou que 34% recebem acima de 5 mil reais e 40% ocupam cargos de chefia.

Segurança virtual

A e-bit também incluiu neste estudo uma pesquisa sobre segurança virtual, realizada com base em 2 mil entrevistas. “Antes o consumidor fazia um teste com compras pequenas e, com o tempo, adquiriam confiança. Queríamos saber: Como está o setor atualmente? As pessoas estão se sentindo mais seguras?”, afirma o diretor-geral da e-bit, Pedro Giusti. “Primeiro, perguntamos se ele se sente mais seguro em relação ás compras em relação a um ou dois anos atrás: 49% disseram que estão se sentindo mais seguras e 21%, muito mais seguras. Ou seja, 70% responderam afirmativamente.”

Um fato curioso é que, embora 81% tenham afirmado que acessam a Internet com finalidade de fazer uma compra virtual, o Internet Banking não é utilizado por 26%. “Eles compram pela Internet, mas não usam o Internet banking”, nota Giusti.

Dos que não utilizam, 58% não se sentem seguros em fazer uma transação online. “Quem não utiliza? Homem, com maior graduação e com renda maior”, define Giusti. “São as pessoas mais velhas, que precisavam romper a barreira de usar a internet. É um público mais conservador.”

O executivo ressalta, contudo, que o setor evoluiu, houve uma evolução nos selos de certificação e novas plataformas seguras vieram. “Tudo isso ajuda a aumentar a percepção de segurança.”

Expectativa

Pelos dados da e-bit, o e-commerce deve chegar a 18,7 bilhões de reais de faturamento para 2011. O crescimento deverá ser de 26% em relação ao ano passado, quando faturou 14 bilhões.

“Cerca de 4,7 milhões de pessoas vão experimentar a primeira compra na web. Chegaremos a 32 milhões de pessoas que compram pela Internet no Brasil - uma penetração de 40% ou mais na população de internautas”, ressalta . No ano serão mais 29 milhões de pedidos efetuados no segundo semestre, concentrados principalmente em eletrodomésticos, eletrônicos, moda e acessórios. O tíquete médio deverá ficar em torno de 350 reais.

Um segmento que tem atraído a atenção da e-bit é o de produtos automotivos. “Tem crescido bastante, mas não chega a estar entre os 15 segmentos maiores”, diz Giusti. Outros setores de crescimento são artigos esportivos, móveis e artigos para o lar. “Tablets devem despontar no segundo semestre”, completa.

Site: IDG Now!
Data: 16/08/2011
Hora: 11h49
Seção: Internet
Autor: Robinson dos Santos
Link: http://idgnow.uol.com.br/internet/2011/08/16/e-bit-comercio-eletronico-fatura-r-8-4-bilhoes-no-1-o-semestre-de-2011/