Acionistas processam Google por caso de publicidade ilegal de remédios

O quadro de diretores da Google e vários de seus executivos, incluindo o CEO Larry Page e o presidente do conselho Eric Schmidt, foram alvo de duas ações judiciais apresentadas nesta semana com a acusação de que eles quebraram seus deveres ao facilitar a importação ilegal de medicamentos vendidos com receita.

Na semana passada, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ, na sigla em inglês) anunciou que a Google pagará US$ 500 milhões em acordo sobre acusações de que a empresa teria permitido deliberadamente que farmácias canadenses usassem o sistema AdWords para oferecer remédios controlados a consumidores dos EUA.

À época, em declaração, a Google reconheceu o erro, mas não admitiu a culpa. "É óbvio que, se soubéssemos, nós não teríamos permitido esses anúncios no Google", afirmou a empresa.

Os processos foram abertos na corte federal de San José, Califórnia (EUA), em 29 de agosto por dois acionistas em benefício da empresa e de outros investidores.

"A amplitude e o escopo do malfeito foi assustadora", afirmam os acusadores em um dos processos. "De 2003 a 2009, a Google sabidamente ajudou farmácias canadenses na publicidade da venda ilegal de drogas controladas."

Violação de deveres
Os dois processos acusam os diretores da Google, incluindo Page, Schmidt e o cofundador Sergey Brin, de violação de seus deveres como executivos da empresa e por gastar dinheiro da empresa permitindo que as farmácias comprassem anúncios online pelo programa AdWords.

O acordo de US$ 500 milhões fechado com o DOJ representa a receita da Google com os anúncios e o faturamento das farmácias americanas com a venda desses remédios a consumidores americanos.

A acusação fez uso extensivo do comunicado público do DOJ, ressaltando que, de acordo com investigadores federais, a Google sabia desde 2003 que o envio de medicamentos do Canadá para os Estados Unidos era quase sempre ilegal.

Apenas em 2009, quando o DOJ começou a investigar a Google e depois de advertências de vários especialistas, a empresa começou a barrar a publicidade de farmácias online canadenses, alegam os autores do processo. Os diretores e os executivos poderiam ter agido bem antes e talvez evitado a multa de meio bilhão de dólares.

Site: IDG Now!
Data: 02/09/2011
Hora: 14h28
Seção: Internet
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