Rio Info 2011: abertura em defesa da Indústria Brasileira de Software
Coordenador do evento, Benito Paret também defendeu a discussão sobre o conjunto de incentivos fiscais concedidos, principalmente através da renúncia da cobrança do IPI por meio da “lei da informática”.
O presidente do SEPRORJ e coordenador do Rio Info 2011, Benito Paret, defendeu na abertura do evento na manhã desta terça-feira, 27, a necessidade de reconhecimento pelo governo federal da importância da indústria brasileira de software, cujo faturamento é estimado em R$ 63 bilhões. Também defendeu a discussão sobre o conjunto de incentivos fiscais concedidos, principalmente através da renúncia da cobrança do IPI por meio da “lei da informática”.
“A indústria brasileira de software e serviços (IBSS) é formada hoje por cerca de 75 mil empresas que empregam diretamente em torno de 600 mil pessoas, sendo 200 mil delas envolvidas em atividades de desenvolvimento e serviços correlatos. Se agregarmos os 370 mil empregados especializados nas empresas usuárias, estamos falando em um milhão de pessoas envolvidas nesta indústria”, disse Benito. Ele fez uma comparação com o setor nos EUA, onde recentemente o presidente Obama selecionou um grupo de empresários para um jantar onde foi discutida a realidade econômica. “Esse grupo seleto foi formado por empresários da TI. Aqui ficaríamos satisfeitos se a presidente nos convidasse nem que fosse para um lanche com pão e mortadela”, afirmou
O vice-presidente do BNDES, João Carlos Ferraz, afirmou que o banco vai ampliar e rever o Prosoft, que classificou como insuficiente para o tamanho da demanda. Mas cobrou dos empresários maior mobilização. Disse que é necessário que criem agendas para que possam ser beneficiados. Alertou que existe muito espaço para crescimento, mas que haverá crescente disputa com empresas globais que buscam mercados para seus produtos.
O secretário de Estado de Ciência e Tecnologia Alexandre Cardoso afirmou que para um maior reconhecimento da indústria software a preliminar é a participação de forma pedagógica de quem quer mudar. “O Rio de Janeiro passou a ser um centro consumidor do país por causa dos grandes eventos, devemos aproveitar este momento para aumentar os editais da Faperj, incentivar a Petrobras a comprar software das indústrias nacionais. Porém, esse movimento precisa ser organizado. A política pública é construída por essas discussões. Quem lê, come e mora tem melhores condições de discutir e influir. Devemos discutir o marco regulatório.”
Reitor da PUC-Rio, o padre Josafá Carlos de Siqueira destacou a importância da universidade como espaço de construção do saber das duas grandes racionalidades do mundo moderno: valores e técnica. “A harmonia entre essas duas racionalidades deve ser feita pela universidade.
No Rio de Janeiro as universidades têm contribuído para que a área de ciência e tecnologia cresça cada vez mais. A universidade deve criar canais de diálogo entre a empresa e a sociedade, contribuir para o desenvolvimento da cidade, criar competências, saberes criativos, inovadores e competentes.”
Paret reconheceu o esforço governamental para tornar realidade o Plano Nacional de Banda Larga, segundo afirmou é uma decisão estratégica para o país e largamente reclamada pela sociedade. “O Rio Info é a união de todos para discutir o futuro e lutar por uma indústria nacional que precisa se fortalecer e conquistar seu espaço,” observou o coordenador do Rio Info 2011 - 9º Encontro Nacional de Tecnologia e Negócios, que acontece até quinta-feira, dia 29 de setembro, no Hotel Windsor, na Barra da Tijuca.
Texto: IAA Comunicação e Eventos